Tetris bloqueia flashbacks de memórias ruins, diz estudo
Jogo cria uma espécie de bloqueio cognitivo
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2015 às 20h30.
São Paulo - Jogar Tetris ajuda a bloquear flashbacks de memórias ruins, de acordo com um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Os pesquisadores acreditam que o jogo pode ser um meio simples, porém importante para evitar o desenvolvimento da síndrome do estresse pós-traumático, uma doença comum entre pessoas que passaram por algum grande trauma, como ser vítima de tortura, de um acidente ou de um estupro.
Mas jogar Tetris logo depois de passar por uma experiência ruim pode ser algo que a pessoa não queira fazer.
Portanto, a pesquisa também avaliou o resultado que o game tem no dia seguinte sobre quem passou por um grande trauma, quando a memória já está consolidada após uma noite de sono.
O resultado foi que quem passou por 12 minutos jogando teve menos flashbacks dos momentos traumáticos do que quem ficou sentado sem fazer nada pelo mesmo período.
Para chegar a essa conclusão, um grupo de jogos56 pessoas foi colocado para assistir a vídeos que foram feitos para estimular a condução prudente.
Ou seja, eles mostravam cenas de acidentes de trânsito. Depois disso, no dia seguinte, os participantes voltaram ao laboratório e viram novamente cenas pausadas dos vídeos.
Isso colocou a memória deles em um estágio em que ainda seria possível moldá-la, de certa forma (isso também acontece nas primeiras seis horas após o incidente fatídico).
Então chegou a hora de jogar Tetris. Após os já mencionados 12 minutos de jogo, 51% das pessoas que apresentaram resultados melhores no questionário usado para diagnosticar a síndrome do estresse pós-traumático do que quem não tinha jogado nada.
Emily Holmes, professora do Conselho de Pesquisa Médica das Ciências Cognitiva e Cerebral da Universidade de Cambridge, acredita que isso tenha acontecido porque o Tetris requer um processamento visual que forma uma espécie de bloqueio cognitivo.
Isso acaba diminuindo a força do componente visual do trauma. As pessoas ainda conseguem se lembrar do ocorrido, mas com menos detalhes.
Em um estudo publicado em 2009, Holmes já havia mostrado que jogar esse tipo de game, se jogado até quatro horas após o trauma, reduz a quantidade de flashbacks dos piores momentos do acontecimento.
Outros jogos do mesmo estilo que Tetris também podem se provar úteis para este mesmo fim, como é o caso de Candy Crush.
Descobrir a quantidade de tempo necessária de jogo para criar esse bloqueio cognitivo ainda está na lista de tarefas dos pesquisadores.
Mas, mesmo que o impacto do game seja pequeno, ele é válido na recuperação das vítimas.
“Pense nisso como o ato de lavar as mãos. Essa não é uma intervenção sofisticada, mas pode reduzir uma série de doenças. Isso é similar – se o resultado experimental se traduzir em realidade, esse pode ser um método barato de prevenir a doença que foi informado pela ciência”, declarou Holmes.
São Paulo - Jogar Tetris ajuda a bloquear flashbacks de memórias ruins, de acordo com um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Os pesquisadores acreditam que o jogo pode ser um meio simples, porém importante para evitar o desenvolvimento da síndrome do estresse pós-traumático, uma doença comum entre pessoas que passaram por algum grande trauma, como ser vítima de tortura, de um acidente ou de um estupro.
Mas jogar Tetris logo depois de passar por uma experiência ruim pode ser algo que a pessoa não queira fazer.
Portanto, a pesquisa também avaliou o resultado que o game tem no dia seguinte sobre quem passou por um grande trauma, quando a memória já está consolidada após uma noite de sono.
O resultado foi que quem passou por 12 minutos jogando teve menos flashbacks dos momentos traumáticos do que quem ficou sentado sem fazer nada pelo mesmo período.
Para chegar a essa conclusão, um grupo de jogos56 pessoas foi colocado para assistir a vídeos que foram feitos para estimular a condução prudente.
Ou seja, eles mostravam cenas de acidentes de trânsito. Depois disso, no dia seguinte, os participantes voltaram ao laboratório e viram novamente cenas pausadas dos vídeos.
Isso colocou a memória deles em um estágio em que ainda seria possível moldá-la, de certa forma (isso também acontece nas primeiras seis horas após o incidente fatídico).
Então chegou a hora de jogar Tetris. Após os já mencionados 12 minutos de jogo, 51% das pessoas que apresentaram resultados melhores no questionário usado para diagnosticar a síndrome do estresse pós-traumático do que quem não tinha jogado nada.
Emily Holmes, professora do Conselho de Pesquisa Médica das Ciências Cognitiva e Cerebral da Universidade de Cambridge, acredita que isso tenha acontecido porque o Tetris requer um processamento visual que forma uma espécie de bloqueio cognitivo.
Isso acaba diminuindo a força do componente visual do trauma. As pessoas ainda conseguem se lembrar do ocorrido, mas com menos detalhes.
Em um estudo publicado em 2009, Holmes já havia mostrado que jogar esse tipo de game, se jogado até quatro horas após o trauma, reduz a quantidade de flashbacks dos piores momentos do acontecimento.
Outros jogos do mesmo estilo que Tetris também podem se provar úteis para este mesmo fim, como é o caso de Candy Crush.
Descobrir a quantidade de tempo necessária de jogo para criar esse bloqueio cognitivo ainda está na lista de tarefas dos pesquisadores.
Mas, mesmo que o impacto do game seja pequeno, ele é válido na recuperação das vítimas.
“Pense nisso como o ato de lavar as mãos. Essa não é uma intervenção sofisticada, mas pode reduzir uma série de doenças. Isso é similar – se o resultado experimental se traduzir em realidade, esse pode ser um método barato de prevenir a doença que foi informado pela ciência”, declarou Holmes.