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Teles defendem 5G voltado para questões do Brasil em evento da Qualcomm

O 5G Summit Brazil, realizado em São Paulo, convidou líderes da indústria de telecomunicações, executivos do setor e representantes do governo para discutir o futuro da rede móvel no país

Luiz Tonisi, vice presidente da Qualcomm Brasil e presidente da Qualcomm América Latina, (Qualcomm/Divulgação)
AL

André Lopes

Publicado em 17 de agosto de 2022 às 14h39.

Última atualização em 17 de agosto de 2022 às 16h07.

Investir na infraestrutura do 5G é só o primeiro passo da jornada que promete mudar a economia digital do Brasil. Essa máxima foi consenso entre os líderes da indústria de telecomunicações, executivos do setor e representantes do governo, que participaram do 5G Summit Brazil, evento da Qualcomm realizado em São Paulo, na terça-feira, 16.

Entre as discussões promovidas, Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm América Latina, abriu o congresso com provocações aos presidentes da telefônicas TIM, Claro e Vivo, sobre como as operadoras planejavam a exploração do novo sinal de rede móvel assim que a implantação nas primeiras capitais fosse finalizada.

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Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro, sinalizou que a aposta da companhia foi em trazer aparelhos 5G para criar uma rede de usuários. “Nós forçamos a mão. Chamamos os fornecedores e pedimos aparelhos 5G. Dissemos que não queremos mais 4G. Queremos 5G. E não só aparelhos premium, mas também intermediários”, contou Teixeira.

O evento 5G Summit Brazil, da Qualcomm: debate de temas como IoT e metaverso (Qualcomm/Divulgação)

O executivo revelou que a Claro chegou a fechar contratos de exclusividade para receber quatro modelos de smartphones (ele não revelou quais) com o objetivo de reforçar o portfólio de dispositivos à venda. Como resultado, 5% da base de usuários da operadora já contam com celulares compatíveis com o 5G.

Já a Vivo, contou Alex Salgado, vice-presidente de B2B, tem operado a automatização de fábricas com 5G. Foi o caso da Foxcomm, em Jundiaí, que agora consegue monitorar as linhas de produção, se valendo de dispositivos IoT, por meio de redes privadas personalizadas.

O executivo, no entanto, pediu por um iniciativa conjunta pela aceleração das alterações nas leis municipais de antenas, para que a 5G possa ter uma expansão mais rápida no território brasileiro.

”É preciso uma mobilização nacional mais rápida. Não há razão técnica para as cidades exigirem matrículas de imóveis para a instalação de antenas ou proibirem sua instalação em escolas ou hospitais”, afirmou ele.

Leonardo Capdeville, vice-presidente de tecnologia da TIM, destacou a capacidade de escala do 5G que deve o tornar hegemônico muito mais rápido do que o 4G durante a transição do 3G.

"Na época do 4G, nos beneficiamos com a Lei do Bem — que fez com que o preço dos smartphones caísse. Agora, temos o benefício da escala — muito mais gente tem smartphone na estreia do 5G que do 4G", afirmou Capdeville.

Ainda que tenham destacados suas intenções comerciais na exploração do 5G, os executivos celebraram as iniciativas sociais planejadas pelo Ministério das Comunicações e Anatel, que condicionaram o leilão do espectro à questões como inclusão digital e expansão de redes móveis em áreas remotas.

Assim, segundo estimativa do Ministério das Comunicações, só em 2022, mais de 50 milhões de pessoas poderão ser atingidas pela chegada da tecnologia 5G ao país.

O desafio no entanto se mantém por uma camada populacional que segue desassistida de por qualquer tipo de conexão, como aponta umestudo do Instituto Locomotivas e da empresa de consultoria PwC, realizado em 2022, identificou que 33,9 milhões de brasileiros estão desconectados e outros 86,6 milhões não conseguem se conectar todos os dias.

"Precisamos pensar no 5G para o Brasil. Não adianta se basear na operação de rede na Coreia do Sul. O agro brasileiro é diferente de outros países. O acesso à saúde em determinadas regiões são exemplos de dilemas bem brasileiros, e que certamente requisitam um 5G de perfil especifico", finalizou Capdeville, da TIM.

Dispositivos feitos para o 5G

Outros destaques do evento ficam pelas demonstrações de produtos do ecossistema do 5G, como console de jogos mobile, óculos de realidade virtual e aumentada, PCs conectados com processador Snapdragon, roteadores e CPEs 5G, além de uma luminária 5G com diversas aplicações para as cidades inteligentes.

“A chegada do 5G é o principal motor do crescimento econômico e das oportunidades que se abrem com essa nova tecnologia, que tem o potencial de impactar a conectividade, a vida das pessoas e as economias de maneiras nunca vistas. O 5G Summit Brazil traz em primeira mão as principais novidades para o setor e reforça o compromisso da Qualcomm em fomentar e colaborar com o desenvolvimento do ecossistema 5G no país”, avalia Luiz Tonisi.

A Intelbras fez a apresentação do CPE 5G (Customer Premises Equipment), roteador Wi-Fi 6 Mesh, desenvolvido em parceria com a Qualcomm. O CPE 5G é um roteador Wi-Fi 6 Mesh, ideal para utilização em casas, apartamentos e escritórios, que proporcionará alta qualidade de conectividade, velocidade e latência semelhantes à fibra óptica, sem a necessidade de cabeamento e instalação na última milha.

A Acer anunciou para o Brasil o Chromebook 511, um dispositivo voltado para facilitar a aprendizagem e aumentar a produtividade no ambiente escolar e também no trabalho. O equipamento, com certificação militar de resistência a quedas e outros impactos, é o primeiro no Brasil equipado com a plataforma Qualcomm Snapdragon 7c com conectividade 4G LTE.

Já a Montblanc exibiu no evento o Montblanc Summit 3, novo smartwatch da marca introduzido ao mercado brasileiro recentemente. O relógio apresenta plataforma Snapdragon Wear 4100+ da Qualcomm e o sistema operacional Wear OS.

A Beenoculus está lançando seu primeiro headset de realidade virtual all-in-one 3DoF totalmente fabricado no Brasil. O Beenoculus P1Pro terá duas versões com display de 2,5K e 4K, ambos os modelos com Snapdragon XR1, CPU Qualcomm Kryo 360 Octa Core, GPU Qualcomm Adreno 615 e FOV 100o.

Esse dispositivo VR de entrada promete a melhor relação custo-benefício para o desenvolvimento de diversas soluções end-to-end (hardware + software + conteúdo) para atender às demandas de projetos de desenvolvedores e empresas brasileiras para seus modelos de negócios no metaverso.

O Grupo Rcell anuncia a comercialização no Brasil de celulares da mexicana Senwa, sob a marca licenciada Acer. Os smartphones serão fabricados no país e equipados com processadores Snapdragon, com o objetivo de trazer um portfólio de dispositivos 5G de preços acessíveis para o mercado brasileiro. A expectativa é de que a novidade chegue ao mercado até o fim do ano.

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