Taxistas e representantes do Uber se reúnem para debate em São Paulo
Propostas dos dois lados foram ouvidas na Câmara Municipal de São Paulo
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2015 às 07h51.
Taxistas e representantes do aplicativo Uber participaram na última segunda-feira (10) de um debate na Câmara Municipal de São Paulo sobre o modelo de transporte público individual para a cidade. Houve manifestações de reprovação durante as falas, interrupções e até provocações pessoais entre os participantes e o público presente.
O debate foi organizado pelo vereador Ricardo Young (PPS), que disse, no início da discussão, tratar-se de uma oportunidade para proposições de alternativas e de aprendizagem para os dois lados. "Aqui não é para decidir quem tem razão, é para ouvir uns aos outros e construir juntos". O vereador não acredita que a proibição do Uber seja a melhor alternativa.
O posicionamento dos representantes sindicais dos taxistas é de que a Uber trabalha na ilegalidade. O presidente do Simtetaxi (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas empresas de Táxis do estado), Antônio Raimundo Santos, disse que trabalhar com carro particular é um desrespeito às leis e convidou, na ocasião, os motoristas do aplicativo a se juntarem à categoria e trabalhar com táxis.
O representante da Uber, Daniel Mangabeira, defendeu-se e disse que o aplicativo não trabalha na ilegalidade e que há lastro legal permitindo que esse modelo exista. Para Daniel, o Uber é um modelo complementar, que pode coexistir com qualquer transporte público na cidade.
O especialista em engenharia de tráfego, Sergio Ejzenberg, afirmou que a tecnologia vai trazer muito mais do que esse aplicativo. Ele citou como exemplo a carona programada, em que as pessoas poderão se associar por meio de um aplicativo de trânsito, a fim de aumentar suas possibilidades de locomoção. "Estamos vivendo uma economia compartilhada. Vai aumentar a demanda sinérgica de todos os prestadores de serviço".