Tecnologia

Steve Jobs previu o iPad e a internet móvel em 1983

Numa profética apresentação num congresso de design em 1983, Steve Jobs previu o iPad, a internet móvel e a App Store


	Em 1983, Steve Jobs já falava num computador em forma de livro com conexão de rádio para acesso a bancos de dados em outros computadores
 (Wikimedia Commons)

Em 1983, Steve Jobs já falava num computador em forma de livro com conexão de rádio para acesso a bancos de dados em outros computadores (Wikimedia Commons)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 3 de outubro de 2012 às 12h13.

São Paulo — Diversos livros sobre Steve Jobs, incluindo a excelente biografia escrita por Walter Isaacson, mencionam a participação do fundador da Apple num congresso de design no Colorado, em 1983. Até agora, porém, conhecia-se apenas uma parte do que Jobs disse em sua palestra no evento. Nesta semana, Marcel Brown, do blog Life, Liberty and Technology, divulgou uma gravação completa da apresentação (ouça no final do texto), incluindo a sessão de perguntas e respostas no final. Ela revela mais detalhes sobre a visão profética que Jobs tinha do futuro.

Na apresentação, ele discute tecnologias que só se tornariam realidade muitos anos depois. Em 1983, o computador pessoal mais vendido no mundo era o Apple II, seguido pelo IBM PC. O Macintosh só seria lançado no ano seguinte. O telefone celular ainda não existia. E a internet era coisa de militares e de alguns cientistas. Mesmo assim, Jobs mencionou ideias que, hoje, lembram produtos como iPad, iTunes e a App Store. Vejamos algumas delas.

Internet

Jobs diz que os computadores se tornariam o principal meio de comunicação, no lugar da televisão. Ele menciona os primitivos sistemas de correio eletrônico da época, usados em mainframes, e antevê o impacto dessa tecnologia. Na época, os PCs não eram ligados em rede e a internet só seria aberta ao público mais de uma década depois.

Wi-Fi e 3G

O fundador da Apple prevê que, um dia, haveria computadores portáteis equipados com conexão de rádio. Isso permitiria que as pessoas andassem com esses equipamentos e se comunicassem por e-mail em qualquer lugar. Wi-Fi e 3G, que viabilizaram a internet móvel, só virariam realidade duas décadas depois.


iPad

Jobs diz que a estratégia da Apple é “ter um incrivelmente grandioso computador em forma de livro que você possa carregar e que possa aprender a usar em 20 minutos”. Esse computador-livro teria conexão de rádio para acesso a bancos de dados em outros computadores.

iTunes e App Store

Jobs compara o mercado de software à indústria fonográfica. Ele diz que as pessoas sabem qual disco comprar porque já ouviram a música no rádio. Então, a indústria do software precisava de algo como uma “estação de rádio” onde se pudessem experimentar os programas. Para ele, a venda de software em caixas era antiquada. Algum dia, as pessoas pagariam pelos aplicativos pela linha telefônica, usando cartões de crédito. A Apple abriu a loja iTunes 20 anos depois e, a App Store, 25 anos após aquela palestra.

Siri

Jobs diz que ainda demoraria uma década, ou quase isso, para o reconhecimento de voz se tornar utilizável na prática. Ele argumenta que, na linguagem humana, o significado do que é dito depende do contexto, o que torna difícil seu entendimento pelas máquinas. “Isso é complicado”, diz. Como sabemos, demorou muito mais de uma década. E, apesar de já ser usado nos smartphones, o reconhecimento de voz ainda é bastante limitado.

A seguir, a gravação da palestra de Steve Jobs (em inglês):

[soundcloud url="http://api.soundcloud.com/tracks/62010118" params="show_artwork=true&callback=reqwest_0&_=1349269898493" width="100%" height="166" iframe="true" /]

Acompanhe tudo sobre:AppleEmpresáriosEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaIdeiasInovaçãoInternet móveliPadiPhonePersonalidadesSteve JobsTabletsTecnologia da informaçãoTendências

Mais de Tecnologia

Google cortou 10% dos cargos executivos ao longo dos anos, diz site

Xerox compra fabricante de impressoras Lexmark por US$ 1,5 bilhão

Telegram agora é lucrativo, diz CEO Pavel Durov

O futuro dos jogos: Geração Z domina esportes eletrônicos com smartphones e prêmios milionários