As últimas palavras de Steve Jobs foram Oh, wow!
A escritora Mona Simpson, irmã de Steve Jobs, faz elogios ao fundador da Apple e conta como foram seus últimos momentos
Maurício Grego
Publicado em 31 de outubro de 2011 às 19h21.
São Paulo — Para a escritora Mona Simpson, irmã biológica de Steve Jobs , o fundador da Apple era romântico e idealista. Num artigo carregado de emoção publicado ontem no New York Times, ela fala da sua relação com o irmão, faz muitos elogios e conta como a vida dele se transformou com a doença.
Mona Simpson e Steve Jobs são filhos dos mesmos pais biológicos, Abdulfattah "John" Jandali e Joanne Carole Schieble. Mas os dois irmãos só viriam a se conhecer quando ambos já eram adultos. Jobs foi entregue aos pais adotivos Paul e Clara Jobs quando ainda era bebê. Já Mona foi criada pela mãe depois que seus pais se separaram e Jandali se afastou de ambas.
Mona não conheceu o pai quando era criança. Ela sabia que era um imigrante sírio e costumava imaginá-lo como um revolucionário idealista parecido com o ator Omar Sharif. “Durante décadas, eu pensei que aquele homem era meu pai. Quando eu tinha 25 anos, o conheci e ele era meu irmão”, diz. Os dois se tornaram próximos desde então.
Romantismo
A escritora conta que Jobs gostava de falar de amor, tinha dedicação extrema ao trabalho e não desanimava quando fracassava. Seu pior momento aconteceu em 1985, quando ele foi posto para fora da Apple . “Aquilo foi doloroso. Ele me contou sobre um jantar em que 500 líderes do Vale do Silício se encontraram com o presidente. Ele não foi convidado”, diz.
Mona também comenta sobre o exótico figurino do irmão: “Para um inovador, ele era notavelmente leal. Se adorava uma camisa, encomendava dez ou cem iguais. Em sua casa em Palo Alto deve haver blusas pretas com gola rolê suficientes para todos os frequentadores de uma igreja.”
Câncer
Com o câncer no pâncreas, diagnosticado em 2003, o mundo de Steve Jobs começou a encolher. Mesmo sendo um trabalhador compulsivo, ele gostava de esquiar e de viajar. Mas não podia mais fazer nada disso. Ele chegou a encomendar um iate a um estaleiro holandês, no qual pretendia viajar pelo mundo com a esposa quando se aposentasse, conta a escritora. "O casco ainda deve estar lá, esperando o acabamento", diz ela.
Depois do transplante de fígado em 2009, Jobs se esforçou o quanto pode para se reabilitar. Mas sua situação foi piorando aos poucos. No início de outubro deste ano, ligou para a irmã com voz assustada e tom de despedida. Ela ainda teve tempo de voar até o Vale do Silício e acompanhá-lo em suas últimas horas. “A morte não aconteceu para o Steve simplesmente. Ele a conquistou”, diz.
Jobs morreu no dia 5 de outubro. Segundo Mona, as últimas palavras do empresário foram “Oh wow. oh wow. oh wow”.
São Paulo — Para a escritora Mona Simpson, irmã biológica de Steve Jobs , o fundador da Apple era romântico e idealista. Num artigo carregado de emoção publicado ontem no New York Times, ela fala da sua relação com o irmão, faz muitos elogios e conta como a vida dele se transformou com a doença.
Mona Simpson e Steve Jobs são filhos dos mesmos pais biológicos, Abdulfattah "John" Jandali e Joanne Carole Schieble. Mas os dois irmãos só viriam a se conhecer quando ambos já eram adultos. Jobs foi entregue aos pais adotivos Paul e Clara Jobs quando ainda era bebê. Já Mona foi criada pela mãe depois que seus pais se separaram e Jandali se afastou de ambas.
Mona não conheceu o pai quando era criança. Ela sabia que era um imigrante sírio e costumava imaginá-lo como um revolucionário idealista parecido com o ator Omar Sharif. “Durante décadas, eu pensei que aquele homem era meu pai. Quando eu tinha 25 anos, o conheci e ele era meu irmão”, diz. Os dois se tornaram próximos desde então.
Romantismo
A escritora conta que Jobs gostava de falar de amor, tinha dedicação extrema ao trabalho e não desanimava quando fracassava. Seu pior momento aconteceu em 1985, quando ele foi posto para fora da Apple . “Aquilo foi doloroso. Ele me contou sobre um jantar em que 500 líderes do Vale do Silício se encontraram com o presidente. Ele não foi convidado”, diz.
Mona também comenta sobre o exótico figurino do irmão: “Para um inovador, ele era notavelmente leal. Se adorava uma camisa, encomendava dez ou cem iguais. Em sua casa em Palo Alto deve haver blusas pretas com gola rolê suficientes para todos os frequentadores de uma igreja.”
Câncer
Com o câncer no pâncreas, diagnosticado em 2003, o mundo de Steve Jobs começou a encolher. Mesmo sendo um trabalhador compulsivo, ele gostava de esquiar e de viajar. Mas não podia mais fazer nada disso. Ele chegou a encomendar um iate a um estaleiro holandês, no qual pretendia viajar pelo mundo com a esposa quando se aposentasse, conta a escritora. "O casco ainda deve estar lá, esperando o acabamento", diz ela.
Depois do transplante de fígado em 2009, Jobs se esforçou o quanto pode para se reabilitar. Mas sua situação foi piorando aos poucos. No início de outubro deste ano, ligou para a irmã com voz assustada e tom de despedida. Ela ainda teve tempo de voar até o Vale do Silício e acompanhá-lo em suas últimas horas. “A morte não aconteceu para o Steve simplesmente. Ele a conquistou”, diz.
Jobs morreu no dia 5 de outubro. Segundo Mona, as últimas palavras do empresário foram “Oh wow. oh wow. oh wow”.