Spam telefônico
Seu celular não está imune à praga da propaganda instrusiva. E ela vem por texto e por voz
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h17.
Você chega em casa e encontra embaixo da porta uma coleção de correspondências não-requisitadas. Está no escritório, de repente o telefone toca e alguém começa a oferecer produtos ou pedir doações para instituições que você não conhece. Abre seu correio eletrônico e é coberto por uma enxurrada de e-mails publicitários... Difícil, não? Mas vai piorar. Quer dizer, está piorando. Depois de tomar nossos telefones e nossos correios físicos e virtuais, os adeptos da publicidade invasiva preparam uma nova trincheira de ataque: os celulares.
A primeira possibilidade de spam vem pelo uso dos celulares para o chamado "telemarketing ativo". Em outras palavras, uma daquelas moças com voz de sintetizador liga oferecendo produtos ou serviços que você nunca quis. É uma prática já conhecida dos telefones fixos (e, diga-se, legal) que se torna mais daninha nos telefones móveis. É certo que há algumas dificuldades para que essa prática se espalhe. Em primeiro lugar, não há lista telefônica de celulares. Em segundo lugar, os limites geográficos são mais amplos. Na telefonia fixa, pode-se identificar os moradores de determinados bairros pelo prefixo do telefone. Nos celulares não há essa relação, tornando difícil a seleção do target da campanha. Mesmo assim, estamos sujeitos ao telemarketing nos celulares ao informarmos seu número para empresas -- que podem usá-lo depois para proveito próprio, ou, pior ainda, para revender uma relação a terceiros. Também somos vítimas das próprias operadoras, oferecendo diferentes planos de serviço.
Mas o grande problema com o celular é que, além dos atributos comuns ao telefone fixo, ele junta também as características de internet. E aí abre-se a possibilidade de recebermos também e-mail insolicitados no celular. Outra vez, uma das vilãs é a própria operadora. Várias têm o hábito de enviar avisos SMS (Short Message Service) sobre novidades em seus serviços. A principal brecha, no entanto, é o uso do e-mail vinculado ao telefone. É fácil para qualquer spammer advinhar o correio eletrônico de um celular, já que as empresas costumam trabalhar com um mesmo padrão (DDD+número do telefone@ operadora.com.br). Há algumas formas de se defender. Determinadas operadoras permitem que você altere o e-mail relacionado ao seu telefone, fugindo do padrão óbvio. Também é possível redirecionar os e-mails do celular para um PC, onde eles podem ser administrados com filtros. Mas, neste caso, perde-se a vantagem da mobilidade do celular. Isso é tudo??? Não, não. Espere só para ver. As tecnologias de localização instantânea permitirão que sejam enviadas mensagens específicas de acordo com o momento e o local. Quem anda numa rua comercial poderá, por exemplo, receber um aviso SMS informando sobre uma promoção de uma loja das redondezas. Para os usuários que detestam spam, a única saída é esperar -- ou melhor, exigir -- que esses avanços tecnológicos sejam colocados em uso apenas quando expressamente requisitados.