Sistema Android pode deixar de ser grátis após multa
Modelo de negócios do Google para smartphones se apoia na instalação de apps de fábrica
Lucas Agrela
Publicado em 18 de julho de 2018 às 12h22.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 12h37.
São Paulo – O Google foi condenado por legisladores da União Europeia nesta semana a pagar uma multa de 5 bilhões de dólares como conclusão de uma investigação antitruste da empresa americana nos seus smartphones com sistema Android , que vêm com uma série de aplicativos próprios pré-instalados e um mecanismo de pesquisas pré-definido. Agora, o CEO da companhia, Sundar Pichai, publicou um texto em blog oficial em que denota que a gratuidade do Android está relacionada com o conjunto de aplicativos e serviços que são entregues aos consumidores quando compram um novo smartphone .
Essa gratuidade se refere às fabricantes de hardware. Como o modelo de negócios do Google se apoia nesses apps pré-instalados, como YouTube , Chrome, Google, Drive, Gmail e outros, ele pode sofrer alterações em decorrência da determinação da União Europeia.
"Se os fabricantes de smartphones e operadoras de redes móveis não puderem incluir nossos aplicativos em seu portfólio de dispositivos, isso vai desagradar a balança do ecossistema Android", diz Pichai. "Estamos preocupados com a decisão de hoje, que pode abalar o cuidadoso equilíbrio que criamos para o Android, e isso manda um sinal perturbador em favor de sistemas proprietários em vez de plataformas abertas".
No texto, o CEO afirma que o sistema está em dispositivos de 1.300 empresas em todo o mundo, muitas delas com sede na União Europeia. Ele também ressalta que é possível remover apps pré-instalados e substituí-los por outras opções, disponíveis para download na Google Play Store.
No iOS, sistema dos iPhones e iPads , a quantidade de aplicativos do Google que apareceram entre os mais baixados da história da App Store, em ranking da SensorTower, foi pequena, e o Facebook e seus apps figuraram em diferentes posições da lista. No Android, a história muda de figura, justamente porque o número de instalações dos aplicativos Gmail, YouTube Drive e companhia são atrelados, também, às instalações de fábrica.
O Google não concorda com a decisão e irá recorrer.