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Russo compra medalha do Nobel para devolvê-la a geneticista James Watson

James Watson, geneticista e bioquímico, hoje com 86 anos, conquistou o Nobel de medicina e fisiologia em 1962

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 16h38.

O controverso geneticista americano James Watson, que leiloou a medalha do Nobel que ganhou por 4,75 milhões de dólares, poderá recuperar o prêmio, que lhe foi devolvida pelo comprador, o homem mais rico da Rússia, Alisher Usmanov.

"O comprador (...) Alisher Usmanov comprou a medalha para devolvê-la ao dono", anunciou nesta quarta-feira, em um comunicado, a holding USM, pertencente ao magnata da metalurgia e da internet, que tem uma fortuna estimada pela revista Forbes em US$ 18,6 bilhões.

"Assim, conforme seu projeto original, o professor Watson poderá dar o produto de sua venda a institutos de pesquisa", prosseguiu o comunicado.

James Watson, geneticista e bioquímico, hoje com 86 anos, conquistou o Nobel de medicina e fisiologia em 1962, após ter co-descoberto, em 1953, a estrutura da dupla hélice do DNA, uma das maiores descobertas científicas da história da humanidade.

Em 2007, ele foi muito criticado pelas declarações dadas ao jornal Sunday Times, nas quais deu a entender que os africanos eram menos inteligentes que os ocidentais, e precisou deixar a presidência do Cold Spring Harbor Laboratory (CHSL) de Long Island, perto de Nova York.

Sua medalha do Nobel, feita em ouro 23 quilates, de 6,6 centímetros de diâmetro, representando o perfil esquerdo de Alfred Nobel foi, segundo a Christie's, a primeira já vendida em leilão com o premiado ainda vivo. Ela foi adquirida em 4 de dezembro em questão de minutos e o nome do comprador ficou em segredo até o anúncio de Usmanov.

James Watson admitiu ao Financial Times que vendeu sua medalha porque precisava de dinheiro, após ter sido excluído de várias sociedades. Mas segundo o The New York Times, o geneticista procurava com a venda uma espécie de reabilitação.

O multimilionário e filantropo russo de 61 anos afirmou, por sua vez, que queria prestar uma homenagem às pesquisas do cientista e apoiar a ciência.

"Suas pesquisas contribuíram para a luta contra o câncer, doença que matou meu pai. É importante para mim que o dinheiro que gastei nesta medalha beneficie a pesquisa científica e que a medalha permaneça com quem a mereceu tanto", disse Usmanov.

 

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