Curativo inteligente protege aviões de pequenos impactos em voos
Uma vez aplicado, esse curativo a base de nanopartículas consegue reparar os impactos no avião sempre que necessário
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 11h49.
Nanopartículas mil vezes mais finas do que um fio de cabelo podem liberar moléculas capazes de reparar pequenas rupturas em aviões. Esse revestimento que funciona como uma pele é uma criação de cientistas da Universidade de Aveiro, de Portugal.
Os aviões ficam expostos a ambientes agressivos, com chuvas de granizo e tempestades de areia, por exemplo. Isso pode gerar fissuras e corroer as estruturas em um processo que se propaga rapidamente, disse a INFO o alemão Mikhail Zheludkevich, que liderou a pesquisa com o português Mário Ferreira.
As moléculas reparadoras são adicionadas às tintas tradicionais usadas durante a fabricação ou manutenção das aeronaves. É possível passar o revestimento no avião inteiro ou nas zonas mais críticas, como no interior da aeronave, onde é mais difícil detectar as rupturas, afirma Mikhail.
Uma vez aplicado, esse curativo a base de nanopartículas consegue reparar os impactos sempre que necessário. O revestimento aumenta a segurança e reduz os custos das manutenções. A segurança, o desempenho e a durabilidade dos aviões podem ser significativamente melhorados em longo prazo", diz.
Segundo Mikhail, grandes fabricantes da indústria aeronáutica estão interessadas no produto, como a EADS, empresa proprietária da Airbus. Além disso, o revestimento tem potencial para ser aplicado em outras estruturas, como carros e barcos, disse Mário Ferreira.
E o revestimento não deve ficar restrito à Europa. Há projetos para que a tecnologia chegue ao Brasil no futuro. Temos projetos em curso com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Universidade de São Paulo (USP) e com a Petrobrás, afirmou Ferreira.
Em nota, a Universidade de Aveiro diz também que os cientistas trabalham na criação de outro revestimento inteligente que liberta uma solução fluorescente em volta de fissuras resultantes de impactos mecânicos ocorridos durante a montagem, por exemplo. Estas falhas no avião muitas vezes têm tamanhos microscópicos, mas são altamente perigosas se não forem concertadas em tempo, já que podem aumentar durante o voo.