Tecnologia

Reserva natural da África está ameaçada, diz WWF

Ambientalistas do WWF fizeram uma denúncia contra uma companhia de petróleo britânica acusada de intimidar a população local na África

Parque Nacional  (©afp.com / RICCARDO GANGALE)

Parque Nacional (©afp.com / RICCARDO GANGALE)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 13h22.

Ambientalistas do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) fizeram uma denúncia nesta segunda-feira (7) contra uma companhia de petróleo britânica acusada de intimidar a população local e de ameaçar a vida selvagem na mais antiga reserva natural da África, a área de maior biodiversidade do continente.

A organização alega que as atividades de exploração de petróleo da companhia Soco International no Parque Nacional Virunga e seu entorno, no leste da República Democrática do Congo, deixam "pessoas, animais e habitats em risco", além de violar as diretrizes internacionais estabelecidas pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em uma denúncia apresentada contra a organização.

"A única forma de a Soco entrar em conformidade com as diretrizes da OCDE é a companhia pôr fim definitivamente à exploração em Virunga", disse Lasse Gustavsson, diretor-executivo de conservação da WWF Internacional.

"Pedimos que a companhia suspenda suas atividades imediatamente", acrescentou.

As organizações podem recorrer às diretrizes da OCDE sobre o comportamento empresarial ético como forma de pressionar empresas e até mesmo governos.

A Soco rejeitou as denúncias, considerando-as "infundadas" em seu site, a acrescentando que ainda não deu início às atividades operacionais e que não fará isso até que estudos de impacto tenham sido concluídos.

Virunga é um dos locais mais antigos do Patrimônio Mundial da Unesco e a área mais ambientalmente diversa do continente africano, habitat de milhares de rinocerontes e 200 gorilas das montanhas, espécie ameaçada de extinção.

Uma avaliação própria feita pela Soco sobre sua exploração no parque alerta para o potencial de poluição e danos aos frágeis habitats de animais em Virunga.

A WWF alega que Soco tem usado segurança estatal para intimidar os críticos ao seu negócio e afirma que a organização não conseguiu descobrir o verdadeiro impacto do desenvolvimento durante consultas com moradores locais.

O contrato da Soco com o governo congolês efetivamente isenta a empresa de regulamentações adicionais, diz a WWF, pedindo que a empresa também considere a saúde e o sustento dos 50.000 moradores do local.

O Reino Unido é membro fundador da OCDE e as diretrizes da organização foram usadas anteriormente para pressionar politicamente o governo britânico.

Anthony Field, ativista da WWF no Reino Unido, disse à AFP que "as diretrizes da OCDE são os padrões mais respeitados de boas práticas nos negócios e são reconhecidas internacionalmente por 45 países, inclusive o Reino Unido".

As denúncias à OCDE podem ser "incrivelmente eficazes", disse Field, dando como exemplo um caso em 2009, quando a empresa de mineração Vedanta Resources foi condenada por Londres por desrespeitar os direitos de um grupo indígena quando planejava explorar uma mina de bauxita no estado indiano de Orissa.

A Soco informou que seus primeiros estudos de impacto ambiental foram feitos em "estreita colaboração" com o Instituto Congolês de Conservação da Natureza, que administra o parque.

Acompanhe tudo sobre:INFOMeio ambiente

Mais de Tecnologia

CEO do Spotify confirma que assinatura "deluxe" com áudio de alta fidelidade chegará em breve

CrowdStrike: o bug em mecanismo de segurança que causou o apagão cibernético

Apple TV+ faz em um mês audiência que a Netflix faz em um dia

Alphabet registra lucro líquido de US$ 23,6 bilhões no segundo trimestre de 2024

Mais na Exame