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Relator apresenta nova versão do marco civil da internet

Alessandro Molon (PT-RJ) apresentou uma nova versão do texto facilitando a retirada de conteúdos publicados na internet

Deputado Alessandro Molon (PT-RJ): foi incluído também um trecho para garantir a operadoras modelos de negócio com vendas de pacotes por velocidade e com franquia de dados (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 06h30.

Brasília - O relator do Marco Civil da Internet, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), apresentou nesta quarta-feira, 11, uma nova versão do texto facilitando a retirada de conteúdos publicados na internet . Juizados especiais poderão ser acionados e, no caso de imagens e vídeos de nudez e sexo, a retirada poderá ser feita apenas com a notificação. Foi incluído um trecho para garantir a operadoras de telefonia modelos de negócio com vendas de pacotes por velocidade e com franquia de dados. Consta ainda a obrigação para provedores de aplicações guardarem registros de acesso.

Mesmo com a apresentação do novo relatório, a tendência é que a votação fique para 2014. O governo tem utilizado a proposta para trancar a pauta da Câmara e impedir a análise de propostas de alto impacto fiscal, como o estabelecimento de um piso nacional para agentes comunitários da saúde. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), tem ainda resistências quanto ao texto do Marco Civil e já discutiu o tema na noite de terça-feira com os ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

No texto original, a previsão era de que os provedores de aplicações só eram obrigados a retirar conteúdo por uma "ordem judicial específica". Na nova redação, permite-se acionar os juizados especiais em casos relacionados "à honra, à reputação ou a direitos de personalidade" para pedir tanto a retirada quanto a reparação econômica. É possível, inclusive, conseguir a retirada por meio de liminar.

Em relação aos casos de nudez e sexo, o novo relatório prevê que os provedores devem retirar o material quando receberem notificação específica da vítima. Molon afirma que incluiu o tema para dar uma resposta sobre os casos recentes de jovens que chegaram a cometer suicídio após a divulgação de vídeos íntimos. O texto prevê que caso não realizem a retirada dos conteúdos os provedores passam a responder conjuntamente por eventual crime praticado.

Para atender aos pedidos das teles, o relator apresentou na nova versão do texto garantindo expressamente a "liberdade de modelo de negócios". O tema é descrito como um dos princípios do projeto. As operadoras de telefonia demonstraram resistência ao Marco Civil da Internet por entender que o conceito de neutralidade da rede estava muito amplo.

O temor era de que fosse proibida a venda de pacotes com diferentes velocidades e modelos de negócios com franquias de dados. Molon sustenta que isso nunca esteve proibido, mas mudou o texto para atender ao desejo das teles. Não há alteração, porém, no artigo sobre neutralidade da rede, que impede a discriminação por conteúdo.

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Brasília - O relator do Marco Civil da Internet, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), apresentou nesta quarta-feira, 11, uma nova versão do texto facilitando a retirada de conteúdos publicados na internet . Juizados especiais poderão ser acionados e, no caso de imagens e vídeos de nudez e sexo, a retirada poderá ser feita apenas com a notificação. Foi incluído um trecho para garantir a operadoras de telefonia modelos de negócio com vendas de pacotes por velocidade e com franquia de dados. Consta ainda a obrigação para provedores de aplicações guardarem registros de acesso.

Mesmo com a apresentação do novo relatório, a tendência é que a votação fique para 2014. O governo tem utilizado a proposta para trancar a pauta da Câmara e impedir a análise de propostas de alto impacto fiscal, como o estabelecimento de um piso nacional para agentes comunitários da saúde. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), tem ainda resistências quanto ao texto do Marco Civil e já discutiu o tema na noite de terça-feira com os ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

No texto original, a previsão era de que os provedores de aplicações só eram obrigados a retirar conteúdo por uma "ordem judicial específica". Na nova redação, permite-se acionar os juizados especiais em casos relacionados "à honra, à reputação ou a direitos de personalidade" para pedir tanto a retirada quanto a reparação econômica. É possível, inclusive, conseguir a retirada por meio de liminar.

Em relação aos casos de nudez e sexo, o novo relatório prevê que os provedores devem retirar o material quando receberem notificação específica da vítima. Molon afirma que incluiu o tema para dar uma resposta sobre os casos recentes de jovens que chegaram a cometer suicídio após a divulgação de vídeos íntimos. O texto prevê que caso não realizem a retirada dos conteúdos os provedores passam a responder conjuntamente por eventual crime praticado.

Para atender aos pedidos das teles, o relator apresentou na nova versão do texto garantindo expressamente a "liberdade de modelo de negócios". O tema é descrito como um dos princípios do projeto. As operadoras de telefonia demonstraram resistência ao Marco Civil da Internet por entender que o conceito de neutralidade da rede estava muito amplo.

O temor era de que fosse proibida a venda de pacotes com diferentes velocidades e modelos de negócios com franquias de dados. Molon sustenta que isso nunca esteve proibido, mas mudou o texto para atender ao desejo das teles. Não há alteração, porém, no artigo sobre neutralidade da rede, que impede a discriminação por conteúdo.

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