Tecnologia

Rede social vai eleger governo global

Nova rede social pretende colocar à disposição dos usuários um fórum para questões de interesse mundial, além de eleger representantes

Assembleia da ONU: o "governo" escolhido pela rede social não terá valor legal, mas poderá encaminhar propostas e pressionar políticos (Wikimedia Commons)

Assembleia da ONU: o "governo" escolhido pela rede social não terá valor legal, mas poderá encaminhar propostas e pressionar políticos (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2011 às 14h11.

São Paulo -- Em um ato simbólico diante da sede da ONU, em Nova York, será lançada, nesta segunda-feira, uma rede social diferente, a Mynetgov. A plataforma nascida em Portugal pretende colocar à disposição dos usuários da internet um fórum para questões de interesse mundial, além de eleger representantes para um também simbólico governo planetário. O ambicioso objetivo da comunidade é influenciar decisões tomadas por governos nacionais em diferentes partes do globo.

Um debate sobre o futuro e a preservação da Amazônia, por exemplo, poderia ocorrer na rede, incentivando a elaboração de um "projeto de lei" do governo virtual. Se aprovado, passaria a ser uma causa defendida pelo Mynetgov. O processo, é claro, não tem valor legal.

Qualquer usuário a partir de 13 anos poderá se cadastrar. Todos os participantes poderão, por sua vez, se candidatar a cargos do "governo": serão 6.000 congressistas (equivalente aos deputados federais e senadores brasileiros), doze ministros e um presidente. Haverá, também, "cargos" de juiz. Ao menos oito ministérios serão obrigatórios: internet, globalização, paz, educação, ambiente, esporte, cultura e humor.

A votação para a eleição dos representantes acontecerá na própria plataforma, entre os dias 15 e 31 de dezembro. A posse será no dia 1º de janeiro. Cada membro da rede votará em um candidato à presidência e em cinco representantes (congressistas) para mandatos de um ano.

"Esta será a primeira plataforma totalmente democrática", diz Diamantino Nunes, um dos fundadores da plataforma, mais conhecido como presidente do Comitê World Bike Tour, evento ciclístico que ocorre nas cidades de Lisboa, Porto, Madri, Paris e São Paulo. "Apresentaremos o projeto à ONU e enviaremos a todos os governos, inclusive o chinês, um comunicado solicitando a participação da população", completa, fazendo especial referência ao governo de Pequim, que mantém um rígido controle sobre a informação e a expressão no país.

O fórum terá suporte para oito línguas: inglês, espanhol, francês, português, italiano, alemão, árabe e chinês. Quarenta pessoas participaram da concepção da ferramenta. Entre os colaboradores está um brasileiro, o deputado federal Walter Feldman (sem partido-SP), licenciado do cargo – ele está em Londres para acompanhar a preparação para a Olimpíada de 2012 a serviço da prefeitura de São Paulo, embora os jogos de 2016, no Brasil, acontecerão, como todos sabem, no Rio.

Para Feldman, o Mynetgov poderá estimular até os partidos a adotar definitivamente a internet como ferramenta para escutar a população. "O projeto será importante para a política moderna", diz. "A ideia de colocar em prática a democracia direta, onde as decisões são tomadas com base na opinião coletiva, é muito animadora." Assista, abaixo, ao vídeo da campanha de lançamento da rede social.

https://youtube.com/watch?v=P_fRmDO3DXw%3Frel%3D0

Acompanhe tudo sobre:DemocraciaInternetRedes sociaisSites

Mais de Tecnologia

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições

Qualcomm vence disputa judicial contra Arm e poderá usar licenciamentos da Nuvia

China constrói 1.200 fábricas inteligentes avançadas e instala mais de 4 milhões de estações base 5G

Lilium, de aviões elétricos, encerra operações após falência e demissão de 1.000 funcionários