Tecnologia

Realidade é virtual, mas gastos são reais: Zuckerberg perdeu mais de US$ 60 bi nos últimos 5 anos

Investimentos em realidade aumentada e virtual não estão dando retornos até o momento

Vincenzo Calcopietro
Vincenzo Calcopietro

Redator na Exame

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 10h20.

Desde 2021, o Facebook passou a se chamar Meta, consolidando o compromisso da empresa com o Metaverso, projeto ambicioso apresentado por Mark Zuckerberg como o “sucessor da internet móvel”, nas palavras do próprio empresário.

A proposta do Metaverso era criar um ambiente virtual onde as pessoas pudessem “fazer tudo”: além de jogos, o espaço serviria para realizar compras, se divertir, socializar e até trabalhar. O conceito prometia revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia e uns com os outros.

O mercado de realidade virtual (VR) já está no radar de Zuckerberg há mais de uma década. Desde 2013, a Meta vem direcionando recursos para essa tecnologia. Naquele ano, o CEO declarou que investiria "pesado" no setor, acreditando no potencial de transformar a VR na próxima grande plataforma computacional. “Há enormes oportunidades para construir a próxima geração de plataformas de computação”, afirmou.

Porém, até o momento, a aposta tem gerado mais custos do que lucros. Nos últimos cinco anos, Zuckerberg já perdeu mais de US$ 60 bilhões em sua empreitada no setor de realidade virtual, segundo o Business Insider. Apenas no terceiro trimestre de 2024, a Reality Labs, divisão da Meta dedicada à VR e realidade aumentada, apresentou prejuízo de US$ 4,4 bilhões.

Apesa disso, Zuckerberg continua firme em sua visão de longo prazo para o Metaverso. Ele reconhece que os retornos não devem vir tão cedo, mas acredita que a tecnologia pode se tornar o próximo grande marco na comunicação, assim como o celular foi em sua época. Segundo essa visão, caso o Metaverso se consolide, a Meta poderá dominar o mercado global, possuindo controle sobre as principais plataformas de interação virtual.

Porém, a concretização desse cenário ainda é incerta. Projeções otimistas da International Data Corp. (IDC) para o mercado de VR, que incentivaram gigantes como a Meta a investirem no setor, não se materializaram. Em entrevista ao Business Insider, Jitesh Ubrani, pesquisador da IDC, adotou um tom mais cauteloso: "Todo mundo está um pouco mais realista sobre essas expectativas."

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