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PSafe e CyberLabs anunciam fusão e querem receita de R$ 100 mi em 2021

Empresa de segurança digital e startup que atua com inteligência artificial agora operam juntas e vão focar nas PMEs

Segurança digital: Brasil é um dos países que mais leva tempo para detectar novos ataques pela internet (Westend61/Getty Images)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 18h21.

As empresas PSafe e CyberLabs agora são uma só. As companhias que atuam com segurança digital e inteligência artificial respectivamente anunciaram no começo do mês uma fusão para a criação do Grupo CyberLabs. A nova companhia projeta ter receita de mais de 100 milhões de reais em 2021 graças aos 6 milhões de usuários ativos nos serviços ofertados pelas duas operações que soma mais de 150 engenheiros e pesquisadores.

O negócio foi costurado durante o segundo semestre de 2020 e concretizado no dia 5 de fevereiro, ainda que mantido em certo silêncio. A fusão teve o apoio do fundo de capital de risco Redpoint eventures. Os investidores haviam injetado 28 milhões de reais na operação da CyberLabs em agosto de 2020 e já faziam parte do quadro de sócios da PSafe desde 2013, quando investiu um valor não revelado na empresa.

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A fusão deve favorecer as duas empresas. Startup fundada em 2017, a CyberLabs desenvolve e implementa produtos baseados em inteligência artificial. Uma das principais soluções está relacionada com segurança digital. Trata-se do KeyApp, uma ferramenta que permite o acesso aos estabelecimentos com o uso de reconhecimento facial ou QR code, dispensando a necessidade de senhas digitadas – que já não são tão seguras.

Segurança digital, por sua vez, é o negócio da PSafe. A empresa é a líder no segmento e foi a responsável por descobrir os últimos grandes vazamentos de dados com a exposição de informações pessoais de nomes e CPFs 223 milhões de brasileiros, além de dados de mais de 104 milhões de veículos. Este calhamaço de dados estava sendo ofertado para venda em sites e fóruns da deepweb.

Com a criação do Grupo CyberLabs, o objetivo é expandir a presença no segmento B2B, principalmente no mercado brasileiro. O plano é focar no mercado de pequenas e médias empresas. O setor é visto com potencial de crescimento por ter sido algo recente de criminosos da internet. Os ataques se agravaram com a pandemia do novo coronavírus e as empresas passaram a investir mais em segurança digital.

Mesmo o Brasil estando entre as maiores economias do planeta, o país ainda ocupa colocação ruim num ranking elaborado que mede a detecção de ameaças virtuais, estando na frente apenas da Turquia. Um vazamento de dados leva, em média, 46 dias para ser identificado. “Basta uma vulnerabilidade, um dispositivo desprotegido, para que um golpe seja bem-sucedido”, diz Marco DeMello, presidente da nova empresa.

Uma análise feita recentemente aponta que, somente em 2020, foram detectadas mais de 600 milhões de URLs maliciosas no Brasil. Há também o registro de um ataque virtual a cada 16 segundos no país. “É humanamente impossível imaginar que em uma batalha em que os hackers utilizam inteligência artificial em seus golpes, as empresas lutem sem as mesmas armas”, diz DeMello.

“Vamos oferecer o estado da arte em inteligência artificial para ajudar empresas brasileiras a se protegerem na internet”, afirma Marcelo Sales, CEO do Grupo. “Estamos vivendo uma pandemia digital e pelo fato das pequenas e médias empresas não terem estruturas nem recursos suficientes, cada colaborador remoto se transforma em um ponto a mais de vulnerabilidade.”

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