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Promessa de ser o 'novo Twitter', rede social indiana Koo encerra operações

Plataforma de mídia social indiana, que se posicionava como concorrente do X, encerra atividades após falhas em negociações de aquisição.

Koo tentou bater de frente com grandes companhias, mas não conseguiu. (Koo Website/Divulgação)

Koo tentou bater de frente com grandes companhias, mas não conseguiu. (Koo Website/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 4 de julho de 2024 às 09h34.

A rede social indiana Koo, que se apresentava como uma alternativa ao X, está encerrando suas operações depois que as negociações de aquisição com a Dailyhunt fracassaram. A plataforma, que buscava oferecer aos usuários um espaço para se expressarem em vários idiomas locais, enfrentou desafios significativos para expandir sua base de usuários e gerar receita ao longo dos últimos dois anos. As informações são do TechCrunch.

Koo conseguiu levantar mais de US$ 60 milhões (R$ 336 milhões) em investimentos de grandes players, incluindo Tiger Global e Accel. No entanto, apesar desse financiamento substancial, a empresa teve dificuldades em escalar sua base de usuários e melhorar suas finanças. Em fevereiro, a Koo estava em negociações com a Dailyhunt, uma startup de mídia digital avaliada em US$ 5 bilhões (R$ 28 bilhões), para uma possível venda. No entanto, essas conversas não se concretizaram.

Os fundadores da Koo, Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka, explicaram em um post no LinkedIn na quarta-feira (3) que a empresa buscou parcerias com diversas grandes companhias de internet, conglomerados e casas de mídia, mas as negociações não resultaram no desfecho desejado. "A maioria deles não queria lidar com conteúdo gerado por usuários e a natureza imprevisível de uma empresa de mídia social", disseram.

Popularidade inicial

A Koo ganhou popularidade na Índia durante um período de tensões entre o Twitter e o governo indiano. O conflito surgiu após o Twitter desafiar os pedidos do governo indiano para remover conteúdos, alegando falta de transparência. Jack Dorsey, cofundador do Twitter, alegou no ano passado que o governo indiano ameaçou fechar a rede social no país e invadir as casas de seus funcionários. O governo indiano refutou essas alegações, afirmando que Dorsey estava tentando "limpar um período muito duvidoso da história do Twitter".

A Koo aproveitou essa situação, posicionando-se como uma alternativa mais alinhada com as regulamentações locais, atraindo muitos políticos indianos de destaque para a plataforma. A startup também expandiu seu aplicativo para o Brasil, buscando um crescimento internacional.

Entretanto, o prolongado inverno de financiamento que forçou startups em todo o mundo a escalar suas receitas e melhorar suas finanças "nos venceu", disseram os fundadores da Koo. O ambiente econômico desafiador tornou difícil para a empresa continuar suas operações sem encontrar um parceiro ou comprador disposto.

Alternativas domésticas

Nos últimos anos, empreendedores e investidores indianos correram para criar alternativas locais a plataformas populares como Facebook, Instagram, WhatsApp, Twitter e YouTube. No entanto, está se tornando cada vez mais evidente que essas empresas americanas estabelecidas estão demonstrando maior capacidade de atender até mesmo os segmentos mais diversos do mercado indiano.

O encerramento das operações da Koo destaca os desafios enfrentados pelas startups de mídia social locais em competir com gigantes globais bem estabelecidos, mesmo com apoio financeiro significativo.

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