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Presidente iraniano critica proibição ao aplicativo de mensagens Telegram

O Irã bloqueou o Telegram no início da semana para proteger a segurança nacional, segundo a televisão estatal

Presidente do Irã, Hassan Rouhani: medida foi "o oposto da democracia" (Stephanie Keith/Reuters)

Presidente do Irã, Hassan Rouhani: medida foi "o oposto da democracia" (Stephanie Keith/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de maio de 2018 às 12h29.

Dubai - O presidente iraniano, Hassan Rouhani, criticou a proibição imposta pelo Judiciário do país ao popular aplicativo de mensagens Telegram, e disse que a medida foi "o oposto da democracia".

O Irã bloqueou o Telegram - amplamente usado pela população iraniana, pela imprensa estatal, políticos e empresas - no início da semana para proteger a segurança nacional, segundo a televisão estatal, semanas após um ato semelhante da Rússia.

O Irã considerava o bloqueio desde janeiro, quando protestos relacionados a dificuldades econômicas surgiram em mais de 80 cidades e depois se tornaram manifestações contra as elites religiosas e militares.

Algumas autoridades dizem que manifestantes usaram o Telegram para organizar protestos, que foram contidos pela Guarda Revolucionária e por seus afiliados da milícia voluntária Basij. O aplicativo foi temporariamente bloqueado em janeiro.

"Não cumprir procedimentos legais, uso de força e dos meios judiciais é... O oposto da democracia", disse Rouhani, um clérigo pragmático que defende aumentar as liberdades sociais, em uma mensagem publicada no Instagram na noite de sexta-feira.

"A filtragem e o bloqueio do Telegram não foram feitos pelo governo, que não aprova isso", disse Rouhani, que já se colocou como contrário às restrições às redes sociais.

Os poderes de Rouhani são limitados pelos do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que é mais próximo dos conservadores e linhas-dura que comandam o Judiciário.

Os clérigos xiitas iranianos estão cautelosos com o ressurgimento de distúrbios antigoverno caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recuse a estender a suspensão das sanções ao Irã no dia 12 de maio, um prazo que ele estabeleceu para que os signatários europeus do acordo nuclear de 2015 com o país "consertem as falhas" no documento.

A filtragem do governo previne que os iranianos acessem muitos sites de Internet com a justificativa oficial de que são ofensivos ou criminosos. Mas muitos iranianos burlam os bloqueios utilizando softwares VPN, que disponibilizam links criptografados para redes de outros países, permitindo que uma rede de um computador se comporte como se ele estivesse baseado em outro país.

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