Tecnologia

Por que os estoques de Playstations e iPhones estão zerados?

No caso do console da Sony, quando existe oferta, o preço pode estar 65% mais caro que há dois meses

 (Chudrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

(Chudrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Aqueles que planejavam comprar no natal um Playstation 5, o videogame de última geração da Sony, estão frustrados pela falta do produto nos estoques de grandes varejistas. Para conseguir o console, é preciso entrar em filas de espera para as quais não há previsão de atendimento.

Tome-se, como exemplo, a voracidade dos compradores no e-commerce da Amazon. Quando há o acesso à compra antecipada do Playstation 5, a disponibilidade dura somente alguns minutos. E, conseguir finalizar o pedido, não é garantia de ter uma previsão de quando ele será entregue. 

Conquiste um dos maiores salários no Brasil e alavanque sua carreira com um dos MBAs Executivos da EXAME Academy

Mas existe uma explicação para isso: gargalos na cadeia de suprimentos global e a escassez de chips de computador, que ocorrem desde do início da pandemia, estão mais constantes agora e afetando a disponibilidade de alguns dos presentes de natal mais procurados.

Em algumas grandes lojas, a falta de estoques também acontece em placas de vídeo das linhas 2000 e 3000 da Nvidia, iPhones e Ipads, e até eletrodomésticos como aspiradores de pó e micro-ondas. Na Kabum!, os estoques zerados ou com poucas unidades ocorrem desde antes da Black Friday, em novembro.

E o cenário pode ser ainda mais desanimador. Quando há uma oferta de entrega imediata, a etiqueta pode estar com um preço até 65% mais caro que há 2 meses, como no caso do Playstation 5, segundo o site de monitoramento de preços Zoom.

No caso das placas de vídeo, item indispensável para que computadores rodem os jogos mais avançados, há o agravante de que elas também são usadas em larga escala na mineração de algumas criptomoedas, e frente a isso, o consumidor doméstico tem pouco a fazer na disputa por quem será atendido primeiro.

Para as fabricantes, é só vantagem. A escassez tem feito com que os compradores aceitem preços de produto premium em versões de entrada de certas linhas. Com isso, só o setor de chips gráficos lucrou 12,5 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2021, um aumento significativo de 370% no comparativo ano a ano.

Mercado cinza

E quando a Amazon ou a Magazine Luiza, por exemplo, não dão conta de atender a demanda, resta aos compradores recorrerem a vendedores menores, que conseguem os itens por importação ou reserva antecipada ao estilo cambista. Ainda seguindo o exemplo do Playstation, no market place do Mercado Livre, é possível encontrar o console, em alguns anúncios, com acréscimo no valor de até 1 mil reais.

Além da escassez de microchips, o dólar em alta e o real cada vez mais desvalorizado agravam o problema. A Malásia, principal fornecedor de semicondutores do mundo, que já ampliou as linhas de produção durante o ano de 2021, tem informado aos parceiros comerciais que a escassez de microchips pode se prolongar até o ano que vem, e a perspectiva é de que os preços dos produtos eletrônicos continuem subindo sem previsão de baixa.

Acompanhe tudo sobre:ChipsComprase-commerceEXAME-no-InstagramPlayStation

Mais de Tecnologia

Canadá ordena fechamento do escritório do TikTok, mas mantém app acessível

50 vezes Musk: bilionário pensou em pagar US$ 5 bilhões para Trump não concorrer

Bancada do Bitcoin: setor cripto doa US$135 mi e elege 253 candidatos pró-cripto nos EUA

Waze enfrenta problemas para usuários nesta quarta-feira, com mudança automática de idioma