Pokémon Go não fez jogadores andarem mais, aponta estudo
Pesquisadores descobriram que a quantidade de passos dada pelos usuários de Pokémon Go só aumentou nas primeiras semanas do lançamento do app
Marina Demartini
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 14h41.
Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 15h03.
São Paulo – Assim como a febre do Pokémon Go , a vontade de andar de seus jogadores durou pouco. Um estudo publicado no renomadoBritish Medical Journal(BMJ) revelou que o aumento na quantidade de passos entre os usuários do game ocorreu por apenas um breve período de tempo.
Para determinar isso, pesquisadores analisaram a contagem de passos de 560 jogadores frequentes de Pokémon Go – definidos como aqueles que atingiram o nível cinco ou superior – e de outras 622 pessoas que não tinham baixado o jogo. Todos os participantes do estudo tinham idades entre 18 e 35 anos e tinham um iPhone 6. Suas atividades foram monitoradas quatro semanas antes de o app ser baixado e seis semanas após o download.
Nas semanas que antecederam o lançamento do jogo, não houve diferença significativa entre a quantia de passos dada pelos dois grupos. Na semana que o aplicativo ficou disponível, no entanto, o grupo dos jogadores andou em média 955 passos a mais por dia. Já o time dos não-jogadores manteve sua rotina de passos.
“Isso significa cerca de 11 minutos adicionais de caminhada por dia, o que representa cerca da metade da recomendação da Organização Mundial de Saúde para caminhadas [de 150 minutos por semana]”, explica Katherine Howe, coautora do estudo, em um vídeo do BMJ.
Apesar de significativo, o “efeito Pokémon Go” foi de curta duração. Após seis semanas, o número de passos diários entre os jogadores voltou aos níveis da época de pré-download do aplicativo.
Além disso, essa multiplicação no número de passos entre os jogadores ainda é baixa em comparação com a quantidade de passos alcançada pelos usuários de dispositivos de monitoramento. Segundo os cientistas, rastreadores fitness geralmente aumentam a quantia para até 2.500 passos diários.
A pesquisa não explica por que o número de passos entre os jogadores diminuiu após seis semanas. No vídeo, Howe sugere que alguns dos jogadores podem ter desistido do jogo após a febre inicial, enquanto outros apenas diminuíram a quantidade de horas que passam no aplicativo.
A cientista, porém, continua otimista que jogos de realidade aumentada podem ter um impacto positivo nas atividades físicas das pessoas. “Eles [os jogos] não melhoram apenas a parte física, mas também aumentam o bem-estar mental, o humor e a interação social entre pessoas de todas as idades.”