Tecnologia

Pesquisadores da USP criam software para ressonância 3D

São Paulo - Pesquisadores do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP desenvolveram o programa de computador MedSquare, que utiliza imagens de ressonância magnética para produzir modelos tridimensionais da estrutura de tecidos e órgãos humanos. O programa, criado em colaboração com especialistas brasileiros e norte-americanos, utiliza software livre para permitir a interação com sistemas […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - Pesquisadores do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP desenvolveram o programa de computador MedSquare, que utiliza imagens de ressonância magnética para produzir modelos tridimensionais da estrutura de tecidos e órgãos humanos. O programa, criado em colaboração com especialistas brasileiros e norte-americanos, utiliza software livre para permitir a interação com sistemas desenvolvidos por outros pesquisadores e ampliar seu acesso. A primeira versão do MedSquare deve ser disponibilizada no final do primeiro semestre de 2010.

O programa usa imagens produzidas por intermédio da ressonância magnética ponderadas pela difusão de água. "O tecido recebe ondas de rádio em várias orientações, para que o sinal recebido de volta reflita informações sobre o meio", conta o professor Marcel Jackowski, do IME, que coordena a pesquisa. "O software interpreta a movimentação molecular da água através do sinal recebido e o relaciona com a estrutura do tecido, criando um modelo tridimensional."

O emprego do software vem sendo pesquisado na caracterização das condições cerebrais e da estrutura do miocárdio (músculo cardíaco). "No cérebro, seria possível visualizar as ligações existentes no córtex, o que antes era conseguido apenas com a dissecação do órgão", afirma o professor do IME. "Ao reconstituir a trajetória das fibras do cérebro (axônios), o programa poderá auxiliar médicos e psiquiatras a determinar a conectividade entre centros cerebrais e consequências anatômicas de transtornos, além da localização e extensão de tumores."

Em casos de infarto do miocárdio, o programa pode ajudar a caracterizar o tecido lesado, as possibilidades de recuperação e a percentagem do músculo que está comprometida. "O software pode ser aplicado em qualquer tecido estruturado do corpo humano", diz Jackowski. "Na medicina esportiva, por exemplo, ele seria utilizado na avaliação de lesões, facilitando o diagnóstico e o tratamento."


 

Colaboração

A opção por um sistema open source (fonte aberta), segundo o professor, serve para possibilitar a interoperabilidade do software com programas semelhantes e a colaboração da comunidade científica em seu desenvolvimento. “O sistema é simples e intuitivo, de modo que se adapte ao conhecimento do usuário, diferente de modelos similares, que são mais restritos tanto na sua usabilidade quanto ao tipo de aplicação”, explica.

“É um sistema simples e intuitivo, de modo que se adapte ao conhecimento do usuário, diferente de modelos similares, que são mais restritos”. A primeira versão operacional do MedSquare deverá estar disponível no meio do ano, e poderá ser acessada no site Http://medsquare.org . “A idéia é que o software tenha interação com programas desenvolvidos por outros grupos de pesquisa”, ressalta o pesquisador.

Os estudos sobre análise e interpretação de imagens médicas tem participação das universidades de Yale (onde Jackowski pesquisou o tema durante o pós doutorado) e Harvard (por meio do Massachussets General Hospital), nos EUA. Na USP, além do IME, também colaboram o Instituto do Coração (InCor), o Instituto de Radiologia (InRad) e o Instituto de Psiquiatria (Ipq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FMUSP).

Acompanhe tudo sobre:Pesquisa e desenvolvimentoSoftware

Mais de Tecnologia

Como a greve da Amazon nos EUA pode atrasar entregas de Natal

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia