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Pesquisadores se inspiram nas corujas para criar turbinas e aviões mais silenciosos

Os cientistas mimetizaram com plástico a cobertura presente na penugem das asas das corujas

coruja (Getty Images)

coruja (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2015 às 11h37.

De longe, turbinas de vento podem parecer silenciosas e calmas. Mas chegue mais perto e você estará de frente com imensas pás que giram mais rápido do que um furacão da categoria 5, com ventos acima de 249 km/h.

Por isso, as turbinas eólicas têm sido alvo de reclamações de grupos de defesa contra poluição sonora. O barulho também é um dos motivos pelos quais essas usinas não são instaladas dentro de grandes centros urbanos. Em alguns casos, as pás chegam a ter sua velocidade reduzida apenas para que elas façam menos barulho, mas tornando-as menos eficazes na produção de eletricidade.

Mas a ciência resolveu recorrer à natureza para encontrar uma solução para o problema.

Uma equipe da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, criou uma cobertura baseada nas asas das corujas. Essas aves conseguem voar silenciosamente e em altas velocidades, uma vantagem evolutiva para caçar.

Os cientistas descobriram que as penas dos pássaros, que sustentam o animal no ar, são revestidas por uma cobertura aveludada, com cerdas flexíveis dos lados e uma franja porosa nas extremidades.

A maior parte do ruído das asas (ou das pás de uma turbina) acontece nas extremidades, onde o ar fica mais turbulento. Com a cobertura natural, a asa de uma coruja amortece e silencia o ar, permitindo com que essas aves consigam caçar com mais eficácia.

A equipe de Cambridge, trabalhando com cientistas das universidades americanas de Virginia Tech, Lehigh e Florida Atlantic, construiu um protótipo em três dimensões que mimetiza a asa da coruja. Instalado nas pás de uma turbina e testado em um túnel de vento, ele reduziu a geração de ruído em 10 decibéis, sem afetar significativamente a aerodinâmica.

O próximo passo será testar a cobertura em uma turbina de vento que esteja em operação. Os pesquisadores esperam que uma fazenda de vento com a nova tecnologia possa gerar tantos megawatts de velocidades quanto uma usina barulhenta convencional.

No futuro, os cientistas acreditam que essa solução possa ser aplicada em aviões. Porque, como qualquer pessoa que more perto de um aeroporto sabe, aviões fazem barulho. Muito barulho.

Fonte: University of Cambridge

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