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Perdas com cibercrimes chegam a R$ 15 bi no Brasil por ano

Criminosos têm procurado cada vez mais dispositivos móveis e redes sociais para conseguir dados pessoais das vítimas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 09h42.

São Paulo - Mesmo com avanços na área de segurança, os cibercrimes continuam causando muitos problemas financeiros, como mostrou o Estudo Norton 2012 divulgado nesta quinta-feira, 4, em São Paulo. Somente no Brasil, os prejuízos superam a casa dos R$ 15 bilhões por ano. No mundo todo, este valor sobe para cerca de R$ 220 bilhões. Entre os motivos para esses números expressivos estão o aumento de ataques a dispositivos móveis e redes sociais e a própria lentidão no combate aos crimes.

Segundo o analista-chefe de crimes cibernéticos da Norton, Adam Palmer, o problema é que "os criminosos se movem na velocidade da luz, mas a polícia está na velocidade da lei". Dessa forma, novas técnicas vão sendo exploradas, expondo cada vez mais as pessoas a ataques. A pesquisa da companhia de segurança afirma que 75% dos brasileiros adultos com vida online já tiveram uma experiência com o crime virtual e que 56% sofreram com crimes virtuais nos últimos 12 meses.

Isso também representa um custo. Nos últimos 12 meses, foram R$ 562 por vítima no Brasil (bem acima dos quase R$ 400 na média mundial). "É mais do que os Estados Unidos gastam com fast food, então isso quer dizer muita coisa", compara Palmer.

Ele diz que, com a prosperidade da economia brasileira e a crescente penetração de computadores e celulares, o Brasil tem se mostrado um alvo importante para os criminosos. O País tem, pelas estimativas da Norton, mais de 28 milhões de pessoas vítimas de crimes virtuais neste período. No mundo inteiro, são 1,5 milhão de usuários afetados por dia, o que significa 18 pessoas atacadas por segundo.


O Brasil continuado a se apresentar como origem de grande parte dos ataques no mundo, ficando em quarto lugar no ranking, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. A tradição social do País pode acabar ajudando, já que sites de relacionamento como Facebook, Orkut e Twitter são também populares entre os criminosos. Eles conseguem angariar informações pessoais sobre as vítimas e ainda podem utilizar as plataformas para disseminar ameaças. "As pessoas ainda não estão usando um comportamento seguro, como checar links antes de compartilhar, não deslogam dos sites e nem têm ideia se suas configurações são públicas ou privadas", explica o especialista da Norton.

A pesquisa indica que 30% das pessoas no mundo não pensam sobre o cibercrime por não acharem que algo aconteceria com elas, enquanto 21% não tomam medidas de segurança quando estão online. De fato, os usuários sequer têm a percepção da própria situação: 51% não entendem como funciona a segurança virtual e não sabem reconhecer se estão infectados; 55% não têm certeza se o computador está livre de ameaças; e 48% utilizam apenas um antivírus básico. "É como andar rápido em uma rodovia sem um cinto de segurança", compara Adam Palmer. No entanto, ele reconhece que, aos poucos, as pessoas estão se educando: 89% já apagam emails suspeitos.

Perigo móvel

Um dos destaques da pesquisa da Norton foi o potencial dos dispositivos móveis para o cibercrime. Não é de se espantar, já que dois terços dos adultos entrevistados afirmaram utilizar um handset para acessar a Internet. Isso representa um oásis de oportunidades para golpes virtuais, que já vem mostrando sinais de presença: 31% dos usuários móveis receberam uma mensagem de texto de alguém estranho pedindo para que clicassem em um link ou ligassem para um número desconhecido para recuperar uma suposta mensagem de voz.


De acordo com Palmer, as vulnerabilidades móveis cresceram duas vezes. Mas os problemas não decorrem apenas de ataques - os dados pessoais das vítimas contidos nos smartphones e tablets são tentadores para os criminosos. Agrava o fato de que dois terços das pessoas não utilizam solução de segurança para mobilidade e 44% sequer sabem que existem soluções para os dispositivos. Além disso, 35% dos adultos perderam seu aparelho, o que só os expõe ainda mais. "Os criminosos utilizam alguns ataques avançados, mas a maioria procura caminhos fáceis e aparelhos móveis são um bom alvo, pois tem a vida pessoal e profissional sem barreiras de segurança."

Segundo o executivo da Norton, a maioria das ameaças para dispositivos móveis ainda foca em plataformas abertas como o Android, mas há uma mudança de foco. "Os criminosos estão desenhando ataques não para um sistema operacional específico, mas para aplicativos cross devices", afirma. "Não acho que aparelho algum esteja a salvo".

Produtos

Naturalmente, a empresa comercializa produtos para sanar esses problemas todos. Os mais recentes são a versão 2013 do Norton Antivirus, Internet Security e 360, que estarão disponíveis no comércio brasileiro na próxima semana por R$ 49, R$ 99 e R$ 129 respectivamente. Entre as novidades, melhoria na performance, mudanças na interface e integração com o Windows 8. De acordo com Jeff Kyle, diretor global de times regionais de marketing da Norton, a plataforma da companhia obteve os melhores resultados em testes comparativos em laboratórios, incluindo um índice de 100% de detecção em ameaças do tipo Dia-Zero, ou seja, que não possuíam registro anterior.

Quando perguntado sobre proteção em diferentes níveis, como o redirecionamento de DNS que foi utilizado nos ataques a 4,5 milhões de modems no Brasil, Kyle afirmou que haverá um produto que será anunciado em breve que deverá dar conta deste problema específico, mas que a solução atual conta com cinco camadas de proteção que monitoram comportamento e reputação em sites e aplicativos.

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