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Obama ordenou ataque ao Irã com Stuxnet, diz NYT

A ordem para usar o vírus computacional Stuxnet em larga escala para sabotar instalações nucleares do Irã partiu de Obama, afirma o New York Times

Obama ordenou a intensificação dos ataques quando o Stuxnet se tornou publicamente conhecido (Saul Loeb/AFP)

Maurício Grego

Publicado em 1 de junho de 2012 às 19h18.

São Paulo — Já é conhecido o fato de que o vírus computacional Stuxnet, que se espalhou pelo mundo em 2010, foi criado por militares israelenses e americanos para sabotar instalações nucleares do Irã. Hoje, o jornal The New York Times revelou mais alguns detalhes dessa história.

Segundo o jornal, o vírus começou a ser desenvolvido secretamente na administração Bush. Mas foi Obama quem ordenou que o Stuxnet fosse empregado com força total em 2010. A decisão aconteceu depois que o malware escapou do complexo nuclear de Natanz, no Irã, onde já era usado em ataques experimentais. O vazamento do vírus, resultado de um erro no código, fez com que sua existência se tornasse publicamente conhecida.

Disseminado pelo mundo, o Stuxnet passou a ser estudado pelos especialistas. Em pouco tempo, os antivírus comuns se tornariam capazes de detectá-lo e combatê-lo. Isso tornaria mais fácil, para os iranianos, defender seus computadores . Obama, então, resolveu acelerar os ataques na tentativa de causar danos às maquinas iranianas antes que fossem protegidas.

O New York Times também explica porque os americanos resolveram agir em conjunto com os israelenses. Segundo o jornal, Israel tinha um time bem treinado para guerra cibernética. Também tinha espiões no Irã, necessários para inocular o vírus na central nuclear, o que foi feito por meio de um pen drive.


Além disso, os americanos queriam dissuadir os israelenses de bombardear o Irã. E envolvê-los num ciberataque seria uma maneira de demonstrar que havia alternativa à ação militar convencional. Estima-se que o Stuxnet tenha provocado estragos em cerca de mil ultracentrífugas usadas para enriquecer urânio, cerca de um quinto das que estavam em operação em Natanz na época.

As máquinas iranianas são resultado de um projeto antigo, contrabandeado do Paquistão para o Irã. Mas elas são controladas por equipamentos digitais que usam tecnologia da Siemens alemã. O Stuxnet agiu nesses controladores, acelerando e freando as máquinas enquanto giravam a velocidades supersônicas, até danificá-las.

Acredita-se que a sabotagem atrasou o programa nuclear iraniano em cerca de um ano. Como isso aconteceu em 2010, pode-se supor que as máquinas danificadas já tenham sido consertadas e que a produção de urânio siga a todo vapor em Natanz.

Flame

Nesta semana, mais uma ciberarma, o programa espião Flame, foi descoberta em plena atividade no Oriente Médio. O Flame foi encontrado em vários países da região. Seu código é muito mais complexo e elaborado que o do Stuxnet. Ele parece ser resultado de anos de desenvolvimento feito por programadores de alto nível. O código vem sendo analisado pelas principais empresas especializadas em segurança computacional. Até agora, porém, ninguém se arrisca a dizer quem criou esse vírus.

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São Paulo — Já é conhecido o fato de que o vírus computacional Stuxnet, que se espalhou pelo mundo em 2010, foi criado por militares israelenses e americanos para sabotar instalações nucleares do Irã. Hoje, o jornal The New York Times revelou mais alguns detalhes dessa história.

Segundo o jornal, o vírus começou a ser desenvolvido secretamente na administração Bush. Mas foi Obama quem ordenou que o Stuxnet fosse empregado com força total em 2010. A decisão aconteceu depois que o malware escapou do complexo nuclear de Natanz, no Irã, onde já era usado em ataques experimentais. O vazamento do vírus, resultado de um erro no código, fez com que sua existência se tornasse publicamente conhecida.

Disseminado pelo mundo, o Stuxnet passou a ser estudado pelos especialistas. Em pouco tempo, os antivírus comuns se tornariam capazes de detectá-lo e combatê-lo. Isso tornaria mais fácil, para os iranianos, defender seus computadores . Obama, então, resolveu acelerar os ataques na tentativa de causar danos às maquinas iranianas antes que fossem protegidas.

O New York Times também explica porque os americanos resolveram agir em conjunto com os israelenses. Segundo o jornal, Israel tinha um time bem treinado para guerra cibernética. Também tinha espiões no Irã, necessários para inocular o vírus na central nuclear, o que foi feito por meio de um pen drive.


Além disso, os americanos queriam dissuadir os israelenses de bombardear o Irã. E envolvê-los num ciberataque seria uma maneira de demonstrar que havia alternativa à ação militar convencional. Estima-se que o Stuxnet tenha provocado estragos em cerca de mil ultracentrífugas usadas para enriquecer urânio, cerca de um quinto das que estavam em operação em Natanz na época.

As máquinas iranianas são resultado de um projeto antigo, contrabandeado do Paquistão para o Irã. Mas elas são controladas por equipamentos digitais que usam tecnologia da Siemens alemã. O Stuxnet agiu nesses controladores, acelerando e freando as máquinas enquanto giravam a velocidades supersônicas, até danificá-las.

Acredita-se que a sabotagem atrasou o programa nuclear iraniano em cerca de um ano. Como isso aconteceu em 2010, pode-se supor que as máquinas danificadas já tenham sido consertadas e que a produção de urânio siga a todo vapor em Natanz.

Flame

Nesta semana, mais uma ciberarma, o programa espião Flame, foi descoberta em plena atividade no Oriente Médio. O Flame foi encontrado em vários países da região. Seu código é muito mais complexo e elaborado que o do Stuxnet. Ele parece ser resultado de anos de desenvolvimento feito por programadores de alto nível. O código vem sendo analisado pelas principais empresas especializadas em segurança computacional. Até agora, porém, ninguém se arrisca a dizer quem criou esse vírus.

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