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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h16.
Não fosse pela paixão doentia por computadores, o finlandês Linus Benedict Torvalds seria apenas mais um competente estudante de engenharia da Universidade de Helsinque. A trajetória do criador do Linux parece saída de um conto de fadas do mundo nerd, como ele mesmo descreve em sua autobiografia Just for Fun The Story of an Accidental Revolucionary (262 páginas, HarperCollins). "Eu era um típico geek. Bom de Matemática, bom de Física e sem nenhum traquejo social. Provavelmente, todo mundo conheceu alguém na escola igual a mim", diz ele. "Algumas pessoas se recordam do primeiro carro, do primeiro emprego, dos lugares em que viveram, dos amores do passado. Eu não. Meus anos foram marcados somente por computadores."
Torvalds começou a se envolver com o mundo do software depois de ler as 719 áridas páginas de Sistemas Operacionais: Desenvolvimento e Implementação, do holandês Andrew Tanenbaum. Foi a partir da obra que ele se dedicou ao mundo Unix. No fim da década de 80, Torvalds começou a colaborar com a Free Software Foundation (FSF) e com o projeto GNU, ambos do americano Richard Stallman. "Meus pais diziam aos amigos que tinham um filho com baixo custo de manutenção em casa, pois bastava me colocar num quarto com um computador para que eu ficasse feliz. E era mesmo verdade", diz sua autobiografia.
Num desses momentos de reclusão, Torvalds concebeu um novo sistema operacional de acordo com os preceitos da FSF. Batizou o diretório onde punha os arquivos à disposição de Linux (ou o "Unix do Linus"). Mal sabia Torvalds que, naquele quarto que o protegia do pouco sol da Finlândia, ele ajudou a escrever a história da tecnologia.