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Novos computadores da Apple devem marcar o fim da parceria com a Intel

A Apple vai anunciar uma nova linha de Macs em evento marcado para o dia 10 de novembro. Novos computadores não devem usar os processadores da Intel

Macbook: próximos modelos não terão chips da Intel (T3 Magazine / Colaborador/Getty Images)

Macbook: próximos modelos não terão chips da Intel (T3 Magazine / Colaborador/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 11h55.

O começo do fim do relacionamento de 15 anos da Apple com a Intel será oficializado na próxima semana, quando serão apresentados os novos aparelhos Mac.

A gigante com sede em Cupertino, Califórnia, avisou na segunda-feira que vai realizar o evento online “Mais uma coisa” em 10 de novembro. A “coisa” se refere a Macs com processadores principais que, pela primeira vez, são projetados pela Apple, substituindo os chips da Intel usados consistentemente desde 2006. Um porta-voz da Apple se recusou a comentar.

A Apple e fornecedores localizados fora dos EUA estão acelerando a produção de três novos modelos de laptop Mac com processadores Apple: MacBook Pros com telas de 13 e 16 polegadas e um MacBook Air de 13 polegadas, de acordo com pessoas a par do assunto. A Foxconn, também conhecida como Hon Hai Precision Industry, está encarregada da montagem dos dois laptops menores, enquanto a Quanta Computer está construindo o MacBook Pro maior.

A produção dos modelos menores está mais adiantada e pelo menos esses dois laptops serão apresentados no evento da semana que vem. Além da troca de processador, os dispositivos não sofreram alterações significativas de design.

A Apple detém menos de 10% do mercado de microcomputadores e, portanto, o impacto direto sobre as vendas da Intel tende a ser limitado.

 

No entanto, a mudança ressalta a crise que envolve a maior fabricante mundial de chips. A companhia adiou um novo processo de fabricação, dando à concorrência a possibilidade de alcançá-la. Esses problemas contribuíram pelo menos em parte para a decisão da Apple de adotar chips feitos em casa, ainda que a empresa venha migrando para essa abordagem há anos.

A parceria entre Apple e Intel começou em 2005, quando Steve Jobs planejou se distanciar dos processadores PowerPC. A Intel ajudou a Apple a alcançar os computadores que rodavam com Windows — alguns dos quais eram mais potentes na época. Paralelamente, a Apple trabalhava em chips para dispositivos móveis baseados em design da Arm Ltd., que eram mais eficientes em termos de energia. Essas peças continuam sendo usadas nos aparelhos iPhone e iPad.

Durante uma recente teleconferência para discutir os resultados financeiros, o CEO Tim Cook se referiu ao lançamento do Mac ao afirmar que, “sem revelar demais, posso dizer que este ano tem mais novidades empolgantes a caminho”. A Apple gerou receita recorde de US$ 9 bilhões com a linha Mac em seu quarto trimestre fiscal.

Os primeiros processadores Mac feitos pela Apple serão baseados no chip A14 já instalado nos últimos modelos de iPhone e iPad Air. Testes internos demonstraram maior eficiência energética do que a proporcionada pelos componentes Intel que estão substituindo. As novas máquinas também terão processadores de aprendizado de máquina e gráficos projetados pela Apple.

A Apple informou em junho que o afastamento dos chips Intel levará dois anos. Depois de atualizar sua linha de laptops, a Apple terá até 2022 para atualizar os desktops iMac, iMac Pro, Mac Pro e Mac mini com processadores próprios.

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