Tecnologia

Nova privada funciona sem água, gera energia e fertilizante

LooWatt diminui o desperdício de água e a produção de lixo

Empresa desenvolve vaso sanitário gerador de energia (LooWatt/Divulgação)

Empresa desenvolve vaso sanitário gerador de energia (LooWatt/Divulgação)

ME

Maria Eduarda Cury

Publicado em 14 de junho de 2019 às 05h55.

Última atualização em 14 de junho de 2019 às 05h55.

São Paulo - A revolução do vaso sanitário é mais importante do que parece para quem tem saneamento básico no dia a dia. Até mesmo Bill Gates, cofundador da Microsoft, é um dos entusiastas dessa inovação, que tem potencial para democratizar o acesso a algo que parece ser tão básico e essencial para a vida humana. O LooWatt, desenvolvido por uma empresa inglesa de mesmo nome, tenta reinventar a privada e até mesmo modernizá-la. Trata-se de um vaso sanitário que pode ser lavado sem o uso d'água, e é capaz de transformar resíduos humanos em eletricidade e fertilizantes, de maneira limpa e segura.

O sistema, desenvolvido pela companhia, é uma alternativa sustentável para banheiros químicos ou fossas. Ao utilizar os resíduos para gerar energia elétrica, pode eliminar o desperdício e a poluição da economia global - ao mesmo tempo que restaura os sistemas naturais.

A inventora e fundadora da LooWatt, Virginia Gardiner, disse ao site Dezeen que uma solução inovadora para a questão sanitária, no século XXI, precisa ser higiênica e sem inodora. "Você precisa ter um sistema sem água para que não haja desperdício para eliminar resíduos humanos da vista e da mente", declarou Gardiner.

Como funciona

Após os resíduos e lixo do vaso sanitário serem recolhidos, eles são selados em um filme de polímero biodegradável, que forma uma câmara de segurança para conter doenças e odores.

Após esse processo, o lixo que foi selado é levado para um digestor anaeróbico especializado. Este, por sua vez, transforma os resíduos em biogás, fertilizantes e eletricidade.

Esse produto pode ser o futuro do saneamento básico?

De acordo com a Organização das Nações Unidas, até 2030 metade da população mundial estará vivendo em áreas de estresse hídrico - onde a procura por água será maior do que o local pode oferecer.

Por conta do cenário de mudanças climáticas, a situação da falta de saneamento básico no planeta deve piorar. E, com isso, a média mundial de duas milhões de mortes, anualmente, por doenças relacionadas tende a aumentar.

O modelo de vaso sanitário desenvolvido pela LooWatt pode ser instalado em um pedestal padrão, o que facilita para que as empresas o adotem. Além disso, um modelo menor está em fase de desenvolvimento para que seja mais prático instalá-lo.

Até o momento, cerca de 800 pessoas em todo o mundo utilizam o vaso sanitário LooWatt, que é financiado pela agência de inovação do Reino Unido, InnovateUK, e pela Fundação Bill & Melinda Gates, dos Estados Unidos.

"Banheiros sem esgoto são o futuro do saneamento urbano em muitas partes do mundo. É o futuro, mas também é o presente", disse Gardiner. O LooWatt está atualmente em exibição no museu Victoria e Albert, em Londres, como parte de sua mais recente exposição Food: Bigger than the Plate, que analisa o futuro dos alimentos.

Acompanhe tudo sobre:Reino UnidoSaúdeInovaçãoSaneamento

Mais de Tecnologia

TikTok diz ter assinado acordos para criar nova joint venture nos EUA

Meta testa limite de links no Facebook para usuários sem conta verificada

Dois anos depois, Apple Vision Pro começa a ganhar tração no mercado

Acordo entre Sony e Tencent resolve disputa sobre jogo acusado de cópia