(Warner/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 18h25.
Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 18h44.
São Paulo -- A notícia de que o seriado Friends sairia da plataforma online da Netflix circulou na mídia internacional nesta semana. Após a tristeza dos fãs, a empresa anunciou que vai manter a série disponível para seus assinantes. De acordo com informações do jornal The New York Times, o acordo de licenciamento foi de 100 milhões de dólares com a WarnerMedia, pelo período de, ao menos, um ano. Ou seja, ao contrário do que disseram, Netflix e Friends não estão "dando um tempo".
A companhia americana precisa pagar para ter bons conteúdos no seu catálogo, uma vez que sua meta é expandir a base de assinantes, que, globalmente, é de 130 milhões de pessoas.
Em meio à fase de espera para o lançamento de um serviço de transmissão online da Disney (que detém direitos de produções da Marvel, da saga Star Wars e diversas animações infantis), séries de Marvel foram recentemente descontinuadas, como é o caso de Demolidor, Luke Cage e Punho de Ferro.
Nos últimos anos, a Netflix perdeu seriados como The Office e How I Met Your Mother. Em contrapartida, o número de produções próprias de filmes e séries aumentou agora existem opções como Stranger Things, Atypical, Sabrina, The Good Place e Perdidos no Espaço. Mesmo nesse campo, a empresa teve um revés: o envolvimento de Kevin Spacey em denúncias de assédio sexual, que levaram a um enredo confuso e que desagradou a crítica na última temporada de House of Cards, o primeiro grande sucesso da Netflix, que chegou a ganhar prêmios.
O cenário desenhou oportunidades para a fragmentação de serviços de streaming, o que já era interesse das operadoras de TV por assinatura. Hoje, a Netflix não é somente uma opção ao pacote de canais de TV paga, mas sim a aplicativos de transmissão online da Fox (para o qual a Netflix perdeu The Walking Dead), da HBO, da NET e também da Amazon, que oferece o Prime Video com produções originais e licenciadas--como Seinfeld e The Office.
De acordo com dados da companhia de gestão de banda larga canadense Sandvine, divulgados pelo site TorrentFreak, em setembro deste ano, o tráfego de redes de compartilhamento de arquivos, especialmente o BitTorrent, começou a crescer novamente, após um período de baixa. Uma das razões apontadas para o fenômeno é a fragmentação progressiva dos serviços de streaming, em vez da centralização de conteúdos em um ou dois aplicativos.
Globalmente, o número de redes de internet fixas e móveis que usam redes de compartilhamento representam 3% em downloads e 22% em uploads (em razão da natureza de como essas redes funcionam, baixa-se uma vez e o software faz uploads para outros usuários constantemente enquanto estiver em uso). A empresa informa também que 97% desse tráfego vem do BitTorrent. As regiões onde as redes são mais populares são na Europa, Oriente Médio e África, com 32% de todos os uploads, e os países da Ásia mais próximos do oceano pacífico, que tem 19% de tráfego total. Nas Américas, os uploads representam 9% e a América Latina, em particular, é onde existem mais compartilhamentos de arquivos.