Netflix quer que a internet pareça mais lenta hoje
Empresas de internet se unem ao movimento Internet Slowdown para mostrar como a internet poderá ser caso não exista neutralidade da rede nos Estados Unidos
Victor Caputo
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 10h22.
São Paulo – Hoje, dia 10 de setembro, empresas como Twitter , Netflix e Mozilla se unem para mostrar como seria se a internet fosse mais lenta. A iniciativa é de apoio ao movimento Internet Slowdown (desaceleração da internet, em português). O protesto tem como objetivo brigar pela neutralidade da rede nos Estados Unidos.
Durante o dia, diversas páginas da internet mostrarão ícones de carregamento, em alusão a como seria a internet se fosse muito lenta. Boa parte dos sites , no entanto, não deixará seus serviços mais lentos na prática. A rodinha será apenas uma forma de chamar a atenção dos internautas.
A manifestação vem contra uma legislação aprovada pela corte americana em janeiro. Ela prevê que as provedoras de internet não precisam tratar os dados de forma neutra. Ou seja, alguns poderiam ser transmitidos com prioridade.
Na teoria, isso faria com que serviços que consomem mais banda tenham prioridade na transmissão de dados. O movimento Internet Slowdown e seus apoiadores discordam. Para eles, isso abriria uma brecha para que as provedoras façam cobranças financeiras das empresas por internet de alta velocidade.
O Netflix anunciou a decisão de participar do Internet Slowdown em seu Twitter. “Se você odeia este símbolo, junte-se ao Netflix e defenda a neutralidade da rede no dia 10 de setembro”, publicou a conta oficial do serviço de streaming de vídeos.
Um porta-voz do Twitter afirmou à BBC que a rede social apoia o movimento. “Nós não pretendemos adicionar um banner à nossas páginas, mas vamos participar de outras maneiras”, disse o representante.
Outras empresas que participam do protesto são Foursquare , Vimeo, Grooveshark , Kickstarter e Reddit.
O caso brasileiro
Há alguns meses, os brasileiros ouviram falar muito sobre neutralidade da rede. O ponto foi um dos mais discutidos do Marco Civil da Internet .
O Marco Civil da Internet foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff no dia 23 de abril deste ano. Nele, está previsto que todas as informações devem trafegar pela rede com a mesma velocidade.