Instagram: rede social não tem mais foco apenas em selfies (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 6 de outubro de 2020 às 09h09.
Pergunte a um jovem por qual rede social ele mais se informa. É claro que o Twitter, mais dinâmico e propício para a leitura, não deixou de ser uma opção, mas outra rede social ganhou o coração dos usuários na hora de ler notícias --- o Instagram.
Segundo uma pesquisa feita pela empresa tchecoslovaca especializada em redes sociais, a Socialbakers, e enviada com exclusividade à EXAME, o engajamento em postagens de jornais e revistas aumentou em 74% desde o início da pandemia do novo coronavírus, o que pode indicar que, preocupados com a situação mundial, os usuários do Instagram passaram a se interessar mais por perfis com conteúdos noticiosos.
Os perfis de veículos de comunicação também têm postado mais, aumentando 44% desde fevereiro. Em comparação a julho de 2019, o aumento em postagens jornalistícas é de 63%.
Para Ivan Ferri, diretor de gestão de clientes e crescimento da Socialbakers, é preciso tomar cuidado com as notícias vistas no Instagram e verificar a veracidade da informação postada. "Um dos desafios é que todos, pequenos e grandes influenciadores, podem atuar como repórteres e postar notícias sem qualquer verificação de fatos, portanto, pode ser muito fácil compartilhar informações enganosas", disse ele em comunicado enviado à EXAME.
Outra preocupação de Ferri está no fato dos algoritmos da rede social, que priorizam conteúdos com os quais o usuário interage, o que pode "levar a polarização política". "Os algoritmos da mídia social costumam mostrar o feed de acordo com nossas visões e opiniões, de modo que poderíamos ser estocados em uma bolha com pessoas que só têm ideias semelhantes”, comentou ele no comunicado.
Segundo a companhia, o levantamento foi realizado depois de o Reuters Institute divulgar um estudo no qual é mostrado que, embora o Google ainda seja o local preferido na hora de buscar por notícias, com mais de 35% de participação em todos os países, o Facebook fica muito próximo nos Estados Unidos (36%, enquanto o Google tem 38%) e no Reino Unido (33% para a rede social e 35% para o mecanismo de busca). A pesquisa também mostra que nos EUA, na Alemanha, na Espanha e no Reino Unido, os jovens entre 18 e 24 anos utilizaram o Instagram para se informar, seguido do Snapchat, enquanto o TikTok é usado por apenas 10% quando o assunto é informação.
Nesta terça-feira, 6, também é comemorado os dez anos desde a fundação da rede social que, no início, tinha como principal foco fotos com efeitos "vintage". No primeiro dia, 25.000 pessoas criaram uma conta no app --- mesmo quando o aplicativo ainda era disponível somente para pessoas que tinham iPhones. Atualmente, o Instagram deve ter mais de 1 bilhão de usuários espalhados pelo mundo e uma certeza: não é (mais) só de selfies que ele é feito.