Propaganda e conteúdo, chaves da ampliação da parceria AOL-Google
Google compra 5% das ações da AOL por US$ 1 bilhão. Acordo vai permitir que a AOL venda diretamente espaços publicitários e a empresa de Bill Gates fica para trás nessa corrida
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h42.
Como sinalizado na semana passada, a aprovação pelo conselho de administração da Time Warner nesta terça-feira (21/12) da ampliação da parceria de sua divisão de internet, a America Online (AOL), com o Google representou uma grande vitória da empresa fundada há sete anos por Larry Page e Sergey Brin na sua estratégia de se firmar como a maior e mais poderosa empresa de informação e busca de conteúdo do mundo.
As duas companhias já têm um acordo desde 2002. Por ele, o Google fornecia serviços de busca na web para usuários da AOL e exibia anúncios ao lado dos resultados das pesquisas. A AOL recebia 80% das receitas de publicidade associada a buscas em seus sites, mas não podia vender propaganda. Ou seja, os anunciantes precisavam negociar diretamente com o Google. Em 2004, a AOL faturou 300 milhões de dólares com esse acerto. Nos noves primeiros meses de 2005, a companhia representou 10% da receita do Google.
Agora o Google vai comprar 5% das ações da AOL, por 1 bilhão de dólares. A AOL terá o direito de vender diretamente espaços publicitários exibidos ao lado dos resultados das buscas. Além disso, os softwares de mensagem instantânea da AOL e do Google vão se tornar compatíveis. As companhias vão trabalhar juntas na digitalização de filmes e programas de TV da Time Warner para a web. "O acordo conecta usuários do Google em todo o mundo a um vasto patrimônio de novos conteúdos", disse Eric Schmidt, presidente executivo do Google, ao jornal britânico Financial Times.
Segundo Schmidt, o acerto também dará à companhia acesso à equipe de venda de anúncios da AOL, composta por cerca de 300 profissionais. "A força de vendas da AOL é capaz de vender uma ampla gama de produtos publicitários que nós não vendemos", disse ao diário americano The Wall Street Journal. A Time Warner espera com o negócio impulsionar sua receita publicitária, já que o faturamento com assinantes está em declínio. Além disso, o investimento do Google, baseado em uma avaliação da AOL em 20 bilhões de dólares, deve empurrar o mercado financeiro a reestimar para cima o valor da empresa.
O acordo é péssima notícia para a Microsoft, que chegou muito perto de convencer a AOL a mudar para seu sistema de buscas, O TAL. A empresa de Bill Gates amarga um distante terceiro lugar no campo das buscas na web e não consegue atrair grandes anunciantes.
O mercado de publicidade online apresenta a maior taxa de crescimento entre todas as mídias. As vendas online no terceiro trimestre subiram 34% sobre mesmo período de 2004, para 3,1 bilhão de dólares. Com sete anos de existência, as vendas de publicidade do Google todos os serviços são gratuitos registraram 437 115% de crescimento nos primeiros cinco anos de atividade, segundo a consultoria Deloitte. Praticamente toda a receita do Google vem da publicidade por meio de links patrocinados, associados às palavras da busca (leia reportagem de EXAMEsobre o fenômeno Google).