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Citigroup e fundos de pensão assumem Brasil Telecom

Considerado um passo importante pelos analistas, afastamento da diretoria ligada ao Opportunity não encerra disputas entre os sócios

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h37.

O Citigroup e os fundos de pensão demoraram apenas 50 minutos para destituir os conselheiros e diretores ligados ao Opportunity e assumir o comando da Brasil Telecom S.A. (BrT). A rapidez com que a assembléia geral de acionistas aprovou a decisão, na manhã desta sexta-feira (30/9), apenas confirma que a medida já havia sido acertada bem antes e refletiu na disputa de ontem, quando o Opportunity tentou cancelar a assembléia, por meio de intervenção de senadores e do Tribunal de Contas da União. O afastamento da antiga direção, porém, não encerra as disputas pelo controle da BrT.

"Foi um passo muito importante, mas o conflito ainda não acabou", diz Eduardo Roche, analista de telecomunicações da corretora Ágora Sênior. Segundo o analista, o afastamento do Opportunity dissipa um forte foco de tensão nas relações entre os acionistas, já que, nos últimos anos, o banco de Daniel Dantas foi um "catalisador" dos conflitos societários. Mas os acordos firmados entre os fundos de pensão, o Citigroup e a Telecom Itália também contêm munição suficiente para continuar alimentando a disputa (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre a briga que paralisa a BrT).

Em abril, os italianos fecharam um acordo para comprar a parte do Opportunity na BrT embora afastado da gestão, o banco ainda possui participação na operadora. A Telecom Itália impôs, porém, uma condição para concluir o negócio: só pagará pelas ações se puder também comprar a participação de outro sócio, a fim de consolidar uma posição mais sólida na operadora.

Essa condição se complica, porque, já em março, os fundos de pensão haviam selado um acordo de venda conjunta das ações com o Citigroup até 2007. Pelo contrato, caso não se encontre comprador que ofereça as mesmas condições para todos os papéis, os fundos serão obrigados a adquirir a totalidade das ações do Citi o chamado "put". "Ainda há muitos litígios entre os sócios. Os conflitos só terminarão quando houver uma oferta efetiva de compra da parcela de um deles", afirma Roche.

Dança das cadeiras

Segundo comunicado enviado nesta manhã pela BrT à Bolsa de Valores de São Paulo, foram destituídos os seguintes conselheiros: Eduardo Seabra Fagundes, Humberto Jose Rocha Braz, Luiz Octavio Carvalho da Motta Veiga, Eduardo Cintra Santos, Andre Urani e Carlos Alberto Siqueira Castro; bem como dos seguintes suplentes: Jose Leitao Viana, Guido Vinci e Robson Goulart Barreto.

Foram eleitos, como substitutos, Sergio Spinelli Silva Junior, Pedro Paulo Elejalde de Campos, Elemer Andre Suranyi, Fabio de Oliveira Moser, Andre Urani e Jorge Luiz Sarabanda da Silva Fagundes como membros titulares; e Alberto Ribeiro Guth, Marcel Cecchi Vieira, Renato Carvalho do Nascimento, Adriana Duarte Chagastelles, Carmen Sylvia Motta Parkinson e Celia Beatriz Padovan Pacheco como respectivos suplentes do conselho de administração da operadora.

Para comandar o conselho de administração da BrT, foram nomeados Sergio Spinelli Silva Junior, como presidente, e Pedro Paulo Elejalde de Campos, como vice-presidente.

A troca de conselheiros teve impacto imediato no comando operacional da BrT. Após a assembléia, o novo conselho destituiu Carla Cico da presidência e da diretoria financeira e de relações com investidores da BrT. Ricardo Knoepfelmacher foi nomeado o novo presidente da companhia. Charles Lagana Putz será o diretor financeiro e de relações com investidores. Luiz Francisco Tenorio Perrone ocupará a diretoria de recursos humanos, e Francisco Aurélio Sampaio Santiago, a diretoria de rede.

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