Tecnologia

Microsoft ajudou NSA em espionagem, diz "The Guardian"

A nova informação divulgada por Edward Snowden revela como a empresa ajudou a NSA a evitar o sistema de criptografia que protege conversas no site Outlook.com


	Microsoft: outra nota descreve como a companhia trabalhou "durante muitos meses" com os serviços secretos para permitir que o programa Prism tivesse acesso ao SkyDrive sem a necessidade de autorização prévia.
 (Rick Wilking, Reuters)

Microsoft: outra nota descreve como a companhia trabalhou "durante muitos meses" com os serviços secretos para permitir que o programa Prism tivesse acesso ao SkyDrive sem a necessidade de autorização prévia. (Rick Wilking, Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 17h28.

Londres - A Microsoft manteve uma estreita colaboração com as agências de inteligência americanas para facilitar a interceptação de mensagens privadas de seus usuários, segundo documentos da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) revelados nesta quinta-feira pelo jornal britânico "The Guardian".

A nova informação divulgada pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden revela como a empresa do Vale do Silício ajudou a NSA a evitar o sistema de criptografia que protege as conversas entre os usuários através do chat do site Outlook.com.

Segundo os documentos, a agência tinha capacidade de acesso às mensagens de e-mail enviadas com o Outlook - que inclui o Hotmail - antes que o programa as codificasse para envio seguro.

A Microsot trabalhou, além disso, durante este ano com o FBI e a NSA para facilitar o acesso indiscriminado às informações arquivadas na nuvem através do serviço SkyDrive, que conta com cerca de 250 milhões de usuários.

Também o Skype, uma companhia que a Microsoft adquiriu em 2011 por cerca de 6 bilhões de euros, ajudou os serviços secretos dos Estados Unidos para facilitar seu trabalho de interceptar conversas em formato de vídeo e áudio, segundo o "Guardian".

Snowden, que permanece na zona de trânsito do aeroporto de Moscou desde 23 de junho, divulgou no início de junho documentos que revelam a existência do programa Prism, que permite que as agências de inteligência tenham acesso às informações armazenadas por milhões de usuários nos servidores de empresas como Google, Microsoft e Facebook.

As empresas que apareceram nos documentos de Snowden negaram que seus programas contenham "portas traseiras" para facilitar o acesso à informação privada de seus servidores.


A nova informação indica, no entanto, que a Microsoft forneceu soluções técnicas para os serviços secretos para permitir o acesso direto às conversas criptografadas no site Outlook.com.

Um documento com data de 26 de dezembro de 2012 que o "Guardian" atribuiu a uma comunicação interna da NSA diz: "MS (Microsoft), trabalhando com o FBI, desenvolvida a capacidade de vigilância para fazer frente (ao problema)".

"As soluções foram testadas com sucesso e entraram em funcionamento no dia 12 de dezembro de 2012", acrescenta o documento.

Outra nota descreve como a companhia trabalhou "durante muitos meses" com os serviços secretos para permitir que o programa Prism tivesse acesso ao SkyDrive sem a necessidade de autorização prévia.

Essa capacidade de acesso "significa que os analistas já não terão que fazer um pedido especial ao SSO (um departamento da NSA) para isso", afirma o documento.

Em comunicado enviado ao "Guardian", a Microsoft afirmou que leva o seu "compromisso com seus clientes e o cumprimento da lei de uma forma muito séria", e por isso só fornece informações privadas dos usuários "em resposta a processos legais".

"Quando atualizamos produtos, em algumas circunstâncias existem obrigações legais que requerem que mantenhamos a possibilidade de oferecer informação para cumprir a lei ou em resposta a pedidos sobre segurança nacional", afirmou a Microsoft. 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaEspionagemMicrosoftseguranca-digitalTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble