(Lucas Agrela/Exame) (Lucas Agrela/Site Exame)
Lucas Agrela
Publicado em 17 de setembro de 2019 às 05h55.
Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 08h23.
São Paulo – O mercado de computadores teve um crescimento modesto no segundo trimestre de 2019, período que compreende os meses de abril a junho. O setor cresceu 0,3% no país, segundo a consultoria americana IDC.
O estudo PCsTracker, feito pela IDC, informa que foram vendidas 1,4 milhão de máquinas no período. Essas unidades geraram uma receita de 4,1 bilhões de reais. O valor representa um crescimento de 12% em relação ao segundo trimestre de 2018.
No varejo, o crescimento de vendas na categoria de computadores foi de 0,5%, o que é um resultado positivo se comparado com a retração de 8% vista no primeiro trimestre deste ano. O setor bancário puxou o crescimento desse segmento, que tem um ciclo de renovação de máquinas com duração de cinco anos. Foram vendidos 912 mil computadores, sendo 771 mil notebooks (queda de 1% em relação ao mesmo período no ano anterior) e 141 mil unidades de desktops (aumento de 12%).
No mercado corporativo, as vendas de desktops lideram. Foram 290 mil desktops vendidos contra 246 mil notebooks. O setor corporativo cresceu mais: foram 2% em relação ao segundo trimestre de 2018.
Em entrevista a EXAME, Wellington La Falce, analista de mercado da IDC Brasil, as vendas de computadores no varejo percorrem uma trajetória de crescimento desde o ano passado. "A categoria de desktop tem crescido por causa do público gamer. Temos muitos novos jogadores no início da adolescência. Essas pessoas não têm poder de decisão de compra, isso fica nas mãos dos pais. E eles escolhem os desktops gamer porque são mais acessíveis do que os notebooks", afirmou La Falce.
Para o analista, a recuperação lenta da economia brasileira, bem como a alta do dólar, que impacta nos componentes de eletrônicos, são os principais motivos para o lento crescimento do setor de computadores no Brasil. Os desktops ficaram 14% mais caros no segundo trimestre (em relação ao ano anterior) e os notebooks, 8%. Com isso, os preços médios subiram para, respectivamente, R$ 2.150 e R$ 2.670.
A solução que as empresas têm encontrado para continuar a vender notebooks e desktops no Brasil é a criatividade. Diversas empresas vendem modelos que usam processadores de linhas mais básicas da Intel, como a Celeron. A Samsung, por exemplo, criou o Flash, que combina o processador com o SSD, uma memória mais veloz do que o HD tradicional. Com isso, o aparelho tem benefícios como a rápida velocidade de abertura e fechamento de aplicativos, bem como uma inicialização ágil, o que favorece o uso intermitente, como fazemos com smartphones.
"A inovação é importante porque a demanda está amadurecendo. Mesmo hoje quem quer um básico, com Celeron, sabe o que está comprando. É diferente do perfil do comprador da década passada, menos experiente e atento a detalhes. Com a evolução do perfil, a fabricante percebeu que a oferta precisa acompanhar essa demanda. O Celeron não é um chip de alta potência, mas o SSD ajuda a melhorar a performance. Com isso, o consumidor entende que há opções boas mesmo para quem não tem muito a gastar em um novo notebook", afirmou La Falce.
Luciano Beraldo, gerente sênior de produtos da divisão de notebooks da Samsung Brasil, afirmou, em entrevista a EXAME, que os notebooks da linha Flash representaram uma surpresa positiva para a empresa. "Estimamos o mercado para um número X de peças para o ano. Tivemos que rever nossas projeções porque vendemos o número previsto para o ano em um mês", disse Beraldo.