Da Telerj à Vivo: a operadora local que se tornou líder do setor (Adriano Machado/Getty Images)
Repórter
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 15h39.
Última atualização em 18 de agosto de 2023 às 10h39.
Em 2001, no cenário em que as ligações dominavam o universo da telefonia e os primeiros modelos de celulares surgiam timidamente nas vitrines, a Melhores e Maiores da EXAME evidenciava o êxito dos executivos da Telerj Celular e Telefônica Celular-RJ em expandir a operação em momento de liberalização do mercado. Esta sinergia rendeu à joint venture o título de telefônica do ano, uma posição justificada por uma rede robusta que se estendia a 27 pontos de venda, 600 distribuidores e 1,5 milhão de clientes.
A empresa é a recordista de seu setor em premiações anuais e, por isso, é a campeã histórica entre as companhias de telecomunicações nos 50 anos de Melhores e Maiores.
Mais de 20 anos atrás a inovação era, por assim dizer, palpável e se dava pela ampliação de infraestrutura. Diariamente, cerca de três antenas de celular eram instaladas e as lojas da empresa viviam repletas de consumidores ansiosos, gerando filas descritas pela EXAME como intermináveis.
O lançamento da marca Vivo, como spin-off, só ocorreria em 2003, mas trazia consigo a ideia de que a empresa seria mais que uma operadora de rede: entrava em cena o atendimento multicanal e a personalização dos planos móveis para se ajustarem ao bolso de mais pessoas, num momento em que o SMS se tornava o foco do uso diário dos celulares.
No fim da década, o Brasil conheceu o iPhone e outros smartphones, dando início a um novo capítulo na história da telefonia móvel. A disputa entre Android e iOS intensificava-se, as redes sociais se popularizavam e o consumo de dados explodia. O 3G se consolidava como o caminho para uma navegação móvel mais fluída e junto disso, com o país ávido por conexão, já havia aproximadamente 175 milhões de linhas ativas. Para empresa, ainda existiam obstáculos para serem superados.
Em 2010, um passo duro, mas decisivo aconteceu: a Telefônica consolidou seu domínio ao adquirir as ações da Portugal Telecom e se tornou a principal acionista na Vivo. Nos próximos anos, o Brasil ultrapassaria a marca de 280 milhões de linhas móveis ativas, em um mercado no qual havia mais linhas do que cidadãos. Esse dado não só ilustrava a ubiquidade dos celulares, mas também evidenciava uma nova tendência: a multiposse, onde um único indivíduo tinha várias contas. E a Vivo, nesse cenário, dominava com uma fatia de 50% do setor.
Com tamanha responsabilidade, a empresa começou a focar em novas metas. De "viva tudo", o lema da companhia tornou-se “digitalizar para aproximar”, e com isso garantiu para sua base de 100 milhões de clientes que a rede pela qual eles se conectam provém 100% de fontes renováveis, com 80% das emissões de CO2 abatidas no processo. Esse marco faz parte do objetivo de ser carbono neutro, que também inclui a emissão de debêntures ESG.
Com a introdução do 5G, a empresa, que ao longo dos anos acumulou 12 vitórias no anuário de Melhores e Maiores, agora enxerga para os próximos anos a chance de explorar mercados emergentes. A rede móvel de alta velocidade já suporta vários novos dispositivos inteligentes (IoT) conectados ao mesmo tempo. Estes, por sua vez, geram centenas de milhões de dados que são agora usados para treinar softwares avançados, como os de inteligência artificial (IA), e para suportar a conectada indústria 4.0.
Em mais de 20 anos de história, a Vivo encara que foi de uma operadora de rede para uma geradora de transformações, assumindo a posição de quem ensina a como ser uma vencedora histórica dos 50 anos de Melhores e Maiores.