Tecnologia

Mapeamento genético ajuda a entender câncer de sangue

Cerca de 20 mil novos casos da doença são diagnosticados nos EUA anualmente, e menos de 40% dos pacientes sobrevivem por mais de 5 anos

Mapeamento genético de DNA: custo do sequenciamento caiu bastante (George Frey/AFP)

Mapeamento genético de DNA: custo do sequenciamento caiu bastante (George Frey/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2011 às 08h52.

Paris - Um estudo publicado na quarta-feira pela revista britânica Nature mostra a relação mais completa já estabelecida entre os prováveis fatores genéticos que provocam o mieloma múltiplo, uma forma comum de câncer de sangue, na qual os leucócitos (células brancas) se multiplicam excessivamente.

O mapeamento foi feito a partir de pesquisas com o DNA de 38 portadores da doença, em um estudo realizado em parceria por 21 instituições científicas da América do Norte.

As células sanguíneas brancas são produzidas na medula óssea e fabricam os anticorpos que ajudam o sistema imunológico a defender o organismo. O mieloma múltiplo ataca estas defesas, deixando os pacientes extremamente expostos a infecções.

A taxa de sobrevivência da doença é pequena se comparada a de outros tipos de câncer. Cerca de 20.000 novos casos são diagnosticados nos Estados Unidos todos os anos, e menos de 40% dos pacientes vivem por mais de cinco anos.

O sequenciamento genético olha através do código do DNA em busca de pequenas variações que poderiam explicar porque algumas pessoas correm o risco de desenvolver a doença e outras, não.

O custo do sequenciamento caiu bastante nos últimos anos, o que significa que os cientistas agora são capazes de ampliar ainda mais sua rede de conhecimentos genéticos. Estudos anteriores sobre o mieloma múltiplo, por exemplo, trabalhavam apenas sobre os dados genéticos de um único paciente.

"Pela primeira vez, nós conseguimos ver em nível molecular o que pode ser a causa deste mal", comemorou David Siegel, do John Theurer Cancer Center da Universidade de Hackensack, em New Jersey.

"Já sabemos o que provoca muitos tipos de câncer, mas até hoje tínhamos poucas pistas sobre as causas do mieloma", explicou.

Uma análise preliminar das variações do DNA sugere haver caminhos comuns - especialmente no sistema de fabricação de proteínas - que permitem a uma célula cancerosa sobreviver, invadir e se multiplicar no organismo.

Entender mais sobre estes caminhos comuns levará os cientistas a uma compreensão maior sobre o funcionamento básico do mieloma - e, mais tarde, permitirá o desenvolvimento de medicamentos capazes de combatê-lo, esperam os pesquisadores.

"Este é um bom exemplo de como a análise genética pode ajudar a orientar o campo farmacêutico na direção certa de maneira dramática", estimou Todd Golub, diretor do programa de pesquisa do câncer no Broad Institute of Harvard University e no Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Acompanhe tudo sobre:CâncerDoençasEstados Unidos (EUA)Países ricosSaúde

Mais de Tecnologia

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA

O pedido da Arm que Cristiano Amon, da Qualcomm, chamou de "ultrajante"

Economia de baixa altitude impulsiona carros voadores e GAC lança GOVY AirJet