Teclado de computador (Stock.Xchange)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2012 às 18h50.
Brasília – A quarta geração (4G) da telefonia celular vai permitir acesso à internet em velocidade até dez vezes mais rápida que a oferecida atualmente pelas operadoras. Mas os serviços só devem ser contratados, inicialmente, por usuários de maior poder aquisitivo. Só depois os serviços serão popularizados. Essa é a avaliação dos principais executivos das operadoras de telefonia Vivo e Claro, vencedoras dos primeiros lotes das faixas de frequência que vão suportar a nova tecnologia, leiloados hoje (12) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Para o presidente da Vivo, Carlos Valente, os primeiros clientes da 4G serão, além dos usuários com maior poder aquisitivo, clientes com perfil "inovador". “A partir do momento que ampliar a cobertura, muitos outros segmentos vão fazer uso dessa rede”.
Depois do leilão, em que a Vivo arrematou um dos lotes por R$ 1,05 bilhão (ágio 66% sobre o preço mínimo estabelecido em edital), Valente demonstrou preocupação com a necessidade de instalação de mais antenas para a oferta do serviço. Segundo ele, será preciso dobrar o número de antenas da operadora nos próximos anos. A Vivo tem, atualmente, 13 mil antenas em todo o país. Para Valente, é preciso agilizar o licenciamento e revisar as atuais legislações sobre instalação de antenas.
O presidente da Claro, Carlos Zentena, acredita que o serviço, mais caro que o da atual terceira geração (3G), deve ser adquirido, inicialmente, por usuários das classes A e B, especialmente para melhorar a conexão à internet por meio de telefones celulares com funções de computador, os smartphones. Em relação aos modems de acesso à internet, ele estima que os preços não deverão ser muito diferentes dos atuais. “Os modems vão permitir a todos os clientes de todas as classes sociais ter uma internet mais rápida”.
Em relação ao preço dos aparelhos (smartphones e modems) compativeis com a 4G, Zentena avalia que vai depender da variedade que será oferecida no Brasil. “Estamos avaliando o porfólio [de produtos] que vamos trazer para o país”. A Claro venceu o segundo lote nacional oferecido pela Anatel, com oferta de R$ 844,5 milhões, ágio de 34% sobre o valor mínimo.
Como não houve interesse na aquisição da faixa de 450 mega-hertz (MHz), destinada à telefonia móvel para as áreas rurais, as vencedoras das faixas para a 4G também deverão prestar esse serviço.