Mãe com uma HP mostra facilidade da falsificar dólares
Cabeleireira desenvolveu um sistema exigente de elaboração de dólares falsos com ajuda de tecnologias ao alcance do consumidor
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2014 às 17h48.
Washington - Tarshema Brice provavelmente não aparece entre os principais falsificadores do mundo. Mas com a ajuda de uma tecnologia moderna ao alcance do consumidor, ela desenvolveu um sistema exigente de elaboração de dólares americanos falsos.
Primeiro, a cabeleireira e zeladora de 34 anos de idade pegava notas de US$ 5 com uma marca d'água específica e as mergulhava em desengraxante “Purple Power”. Depois, esfregava a tinta com uma escova de dentes.
Após secar as notas agora brancas com um secador de cabelo, Brice usava uma impressora a jato de tinta 3 em 1 da Hewlett-Packard para estampá-las com imagens escaneadas de notas de US$ 50 e de US$ 100.
As falsificações pareciam e eram sentidas como reais e poderiam passar por qualquer teste básico em caixas de estabelecimentos comerciais.
Brice, que se declarou culpada por falsificação no mês passado em um tribunal federal, admite que produziu entre US$ 10.000 e US$ 20.000 em notas falsas ao longo de dois anos antes que seu esquema fosse desvendado, em setembro.
A moradora de Richmond, Virgínia, “estava cuidando de seis filhos sozinha, com uma renda modesta e preenchia o déficit falsificando dinheiro”, diz seu advogado, Charles E. James Jr.
O esquema de Brice é emblemático porque dá um toque de modernidade a um crime tão antigo quanto o próprio dinheiro: a tecnologia digital revolucionou a arte da falsificação.
Há pouco tempo, produzir boas falsificações era para artesãos que gravavam chapas de impressão e produziam mecanicamente milhões em notas falsas por meio de impressoras offset. Hoje, tudo o que se precisa é de um scanner, uma impressora a cores e, para resultados melhores, algumas notas de baixo valor e um limpador caseiro.
Impressoras obsoletas
“No passado, era necessário um investimento significativo para produzir uma nota falsa”, disse Ed Lowery, o agente no comando da divisão criminal do Serviço Secreto dos EUA. “Você tinha que comprar muito papel de qualidade, tinta, impressora. Você não imprimia mil notas por vez, você imprimia quatro ou cinco milhões. Você tinha uma rede de distribuição”.
Agora, “por que você imprimiria milhões em notas falsas? Dependendo da tecnologia que você está usando, você pode imprimir apenas algumas notas para sair sexta à noite”, disse ele.
Embora as notas falsas representem uma pequena fração dos US$ 1,27 trilhão em circulação, autoridades e procuradores federais dizem que miram agressivamente os falsificadores para proteger consumidores e donos de empresas -- e a economia dos EUA mais ampla. No último ano-fiscal, que terminou em 30 de setembro, o Serviço Secreto fez 3.617 prisões por falsificação.
O Tesouro dos EUA também respondeu à ameaça tecnológica. Em meados dos anos 1990, o órgão introduziu a primeira grande reformulação do dinheiro americano em seis décadas.
Em depoimento ao Congresso, em 2010, Larry R. Felix, diretor do Departamento de Gravação e Impressão dos Estados Unidos, disse que as mudanças no design eram necessárias “para combater o surgimento de uma nova categoria de falsificadores que estavam usando cada vez mais computadores, scanners, fotocopiadoras a cores e outras novas tecnologias para copiar as notas”.
Notas redesenhadas
Notas redesenhadas de US$ 20, US$ 50, US$ 10 e US$ 5 foram introduzidas entre 2003 e 2008. Uma nota moderna de US$ 100 -- a mais comumente falsificada, segundo o Serviço Secreto -- entrou em circulação em outubro após um atraso de aproximadamente dois anos e meio devido a problemas de produção.
As novas notas de US$ 100 incluem dois novos recursos de segurança: uma fita azul de segurança 3-D e um sino que muda de cor dentro de um tinteiro.
Esses recursos “têm como objetivo impedir a falsificação de moedas usando tecnologia digital de reprodução”, disse Felix em seu depoimento.
A porta-voz do Departamento de Gravação e Impressão dos Estados Unidos, Darlene Anderson, não respondeu a duas mensagens telefônicas em busca de mais informações sobre as medidas de combate utilizadas por sua agência.
Informante disfarçado
Em 2012, um ladrão armado condenado foi pego tentando usar 10 notas falsas de US$ 100 para comprar um laptop Dell em uma Brandsmart Store, na cidade de West Palm Beach.
O suspeito se tornou um informante do Serviço Secreto e levou os agentes aos seus fornecedores. Os agentes convenceram esse homem a cooperar.
Ele foi até lá disfarçado e adquiriu US$ 10.000 em notas falsas -- algumas ainda úmidas na impressora -- de Jean P. Losier, um artista e pintor de 39 anos de idade do Condado de Palm Beach, Flórida, segundo os documentos do processo.
Losier, que se declarou inocente, descreve a si mesmo em seu site como um “mega-artista” de “pinturas e desenhos de elite”.
Procuradores e agentes federais dizem que Losier era, de fato, um “mega” artista: eles o acusam de ter produzido mais de US$ 4 milhões em notas falsas.
Washington - Tarshema Brice provavelmente não aparece entre os principais falsificadores do mundo. Mas com a ajuda de uma tecnologia moderna ao alcance do consumidor, ela desenvolveu um sistema exigente de elaboração de dólares americanos falsos.
Primeiro, a cabeleireira e zeladora de 34 anos de idade pegava notas de US$ 5 com uma marca d'água específica e as mergulhava em desengraxante “Purple Power”. Depois, esfregava a tinta com uma escova de dentes.
Após secar as notas agora brancas com um secador de cabelo, Brice usava uma impressora a jato de tinta 3 em 1 da Hewlett-Packard para estampá-las com imagens escaneadas de notas de US$ 50 e de US$ 100.
As falsificações pareciam e eram sentidas como reais e poderiam passar por qualquer teste básico em caixas de estabelecimentos comerciais.
Brice, que se declarou culpada por falsificação no mês passado em um tribunal federal, admite que produziu entre US$ 10.000 e US$ 20.000 em notas falsas ao longo de dois anos antes que seu esquema fosse desvendado, em setembro.
A moradora de Richmond, Virgínia, “estava cuidando de seis filhos sozinha, com uma renda modesta e preenchia o déficit falsificando dinheiro”, diz seu advogado, Charles E. James Jr.
O esquema de Brice é emblemático porque dá um toque de modernidade a um crime tão antigo quanto o próprio dinheiro: a tecnologia digital revolucionou a arte da falsificação.
Há pouco tempo, produzir boas falsificações era para artesãos que gravavam chapas de impressão e produziam mecanicamente milhões em notas falsas por meio de impressoras offset. Hoje, tudo o que se precisa é de um scanner, uma impressora a cores e, para resultados melhores, algumas notas de baixo valor e um limpador caseiro.
Impressoras obsoletas
“No passado, era necessário um investimento significativo para produzir uma nota falsa”, disse Ed Lowery, o agente no comando da divisão criminal do Serviço Secreto dos EUA. “Você tinha que comprar muito papel de qualidade, tinta, impressora. Você não imprimia mil notas por vez, você imprimia quatro ou cinco milhões. Você tinha uma rede de distribuição”.
Agora, “por que você imprimiria milhões em notas falsas? Dependendo da tecnologia que você está usando, você pode imprimir apenas algumas notas para sair sexta à noite”, disse ele.
Embora as notas falsas representem uma pequena fração dos US$ 1,27 trilhão em circulação, autoridades e procuradores federais dizem que miram agressivamente os falsificadores para proteger consumidores e donos de empresas -- e a economia dos EUA mais ampla. No último ano-fiscal, que terminou em 30 de setembro, o Serviço Secreto fez 3.617 prisões por falsificação.
O Tesouro dos EUA também respondeu à ameaça tecnológica. Em meados dos anos 1990, o órgão introduziu a primeira grande reformulação do dinheiro americano em seis décadas.
Em depoimento ao Congresso, em 2010, Larry R. Felix, diretor do Departamento de Gravação e Impressão dos Estados Unidos, disse que as mudanças no design eram necessárias “para combater o surgimento de uma nova categoria de falsificadores que estavam usando cada vez mais computadores, scanners, fotocopiadoras a cores e outras novas tecnologias para copiar as notas”.
Notas redesenhadas
Notas redesenhadas de US$ 20, US$ 50, US$ 10 e US$ 5 foram introduzidas entre 2003 e 2008. Uma nota moderna de US$ 100 -- a mais comumente falsificada, segundo o Serviço Secreto -- entrou em circulação em outubro após um atraso de aproximadamente dois anos e meio devido a problemas de produção.
As novas notas de US$ 100 incluem dois novos recursos de segurança: uma fita azul de segurança 3-D e um sino que muda de cor dentro de um tinteiro.
Esses recursos “têm como objetivo impedir a falsificação de moedas usando tecnologia digital de reprodução”, disse Felix em seu depoimento.
A porta-voz do Departamento de Gravação e Impressão dos Estados Unidos, Darlene Anderson, não respondeu a duas mensagens telefônicas em busca de mais informações sobre as medidas de combate utilizadas por sua agência.
Informante disfarçado
Em 2012, um ladrão armado condenado foi pego tentando usar 10 notas falsas de US$ 100 para comprar um laptop Dell em uma Brandsmart Store, na cidade de West Palm Beach.
O suspeito se tornou um informante do Serviço Secreto e levou os agentes aos seus fornecedores. Os agentes convenceram esse homem a cooperar.
Ele foi até lá disfarçado e adquiriu US$ 10.000 em notas falsas -- algumas ainda úmidas na impressora -- de Jean P. Losier, um artista e pintor de 39 anos de idade do Condado de Palm Beach, Flórida, segundo os documentos do processo.
Losier, que se declarou inocente, descreve a si mesmo em seu site como um “mega-artista” de “pinturas e desenhos de elite”.
Procuradores e agentes federais dizem que Losier era, de fato, um “mega” artista: eles o acusam de ter produzido mais de US$ 4 milhões em notas falsas.