Tecnologia

Linux beneficia governos não só pelos custos, diz criador

Dados da Linux Foundation mostram que 70% so software utilizado pelo governo federal é são de plataforma livre

Linus Torvalds, criador do software Linux (Linux Magazine/Wikimedia Commons)

Linus Torvalds, criador do software Linux (Linux Magazine/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2010 às 14h44.

São Paulo - A preferência de governos por plataformas baseadas no Linux é uma decisão que vai além da redução de custos do Estado, apesar da migração gerar problemas de adaptação e compatibilidade, afirmou o criador do sistema operacional de código aberto, Linus Torvalds, em evento nesta terça-feira.

O governo brasileiro adota há alguns anos o uso de sistemas de informática em código aberto, mas há dois anos admitiu que vinha tendo problemas com a adoção do software livre na esfera federal como no Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e mesmo em empresas de tecnologia do governo, como Dataprev e Serpro.

Segundo a Linux Foundation, hoje cerca de 70 por cento dos aplicativos críticos do governo brasileiro já são de plataforma livre.

"Usar Linux não é somente redução de custos, é questão de controle e autonomia do sistema que você usa. Com os governos, há a questão de segurança de usar um sistema que 'ninguém pode tirar de você', você não fica à mercê de uma empresa internacional", defendeu Torvalds durante entrevista coletiva.

O diretor-executivo da Linux Foundation, Jim Zemlin, admitiu que nenhuma transição de Windows, da Microsoft, para Linux é indolor. Mas defendeu que se for bem feita, os benefícios são perenes.

"Os custos da transição são altos, não apenas em dinheiro, porque você precisa reaprender uma série de coisas, mas eu nunca vi uma mudança para Linux elevar custos", disse Zemlin.

A Linux Foundation estima que existam pelo menos 3 milhões de computadores com Linux no Brasil, considerando apenas uma das versões adotadas. O governo federal continua priorizando o software livre em licitações, abrindo sempre primeiro as ofertas para programas de código aberto, passando para software prioritário somente quando não há opção.

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