Liberdade da web está ameaçada, diz co-fundador do Google
Em entrevista ao jornal "The Guardian", Sergey Brin critica países que querem restringir a web, Apple, Facebook e a indústria do entretenimento
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2012 às 17h52.
São Paulo – Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”, publicada neste domingo, o co-fundador do Google Sergey Brin disse que está maior do que nunca a ameaça aos princípios de abertura e acesso universal que são as bases da criação da internet. Brin alertou sobre a existência de “forças poderosas que se alinharam contra a internet aberta por todos os lados e ao redor do mundo. Estou mais preocupado hoje do que no passado. É assustador”, disse ao Guardian.
Essa ameaça, segundo Brin, viria da combinação dos governos que cada vez mais tentam controlar o acesso e a comunicação de seus cidadãos, da indústria do entretenimento que tenta debelar a pirataria, e a ascensão de empresas como Facebook e Apple, que controlam que software pode ser lançado em suas plataformas.
Visto como Pivô da saída parcial do Google da China em 2010 por conta de preocupações em relação a censura e ciberataques, Sergey Brin hoje acredita que estava errado quando, há cinco anos, não pensava que a China ou qualquer outro país poderia de fato restringir a internet por muito tempo.
Embora esteja mais preocupado com os esforços de países como China, Arábia Saudita e Irã de censurar e restringir o uso da internet, Brin disse ao jornal britânico que a ascensão do Facebook e da Apple, que possuem suas próprias plataformas e controlam o acesso de seus usuários, poderiam restringir a inovação e balcanizar a web. “Há muito a ser perdido. Por exemplo, toda a informação contida em apps – esses dados não podem ser indexados e, portanto, não aparecem nas buscas”, diz Brin.
Segundo Brin, ele e Larry Page não teriam conseguido criar o Google se a internet fosse então dominada pelo Facebook. “Você tem que jogar segundo as regras deles, que são muito restritivas. Fomos capazes de criar uma ferramenta de busca porque a web era tão aberta”, observa. Brin ainda criticou o Facebook por dificultar aos usuários a troca de dados para outros serviços. “O Facebook tem sugado os contatos do Gmail há muitos anos”, diz.
Pirataria e a indústria do entretenimento
Em relação à indústria do entretenimento, Brin chamou seu comportamento de “tiro no pé ou pior”, por conta do lobby em favor da legislação que visa a bloquear sites que oferecem material pirateado. O co-fundador do Google afirmou que a aprovação dos projetos antipirataria SOPA e PIPA teriam levado os Estados Unidos a usar a mesma abordagem tão criticada usada pela China e pelo Irã.
Segundo Brin, a indústria do entretenimento não atentou para o fato de que as pessoas continuariam baixando conteúdo pirateado enquanto isso fosse mais fácil do que usar material legítimo. “Há muitos anos que não faço isso, mas quando você vai para um site pirata, você escolhe o que quiser, baixa e funciona. Quando você precisa passar por todos aqueles obstáculos para comprar conteúdo legítimo, as barreiras funcionam como desincentivos”, explica.
Privacidade dos dados
Sergey Brin também reconheceu na entrevista que muita gente se preocupa com quanto dos seus dados está ao alcance do governo americano por ficarem armazenados nos servidores do Google. Ele disse que a empresa é periodicamente forçada a entregar essas informações e às vezes impedida, por meio de restrições legais, de notificar seus usuários de que isso será feito.
“Nós seguramos bastante e conseguimos resistir a muitos desses pedidos. Fazemos todo o possível para proteger os dados. Se nós pudéssemos ter uma varinha mágica e não ficar sujeitos à lei americana, seria ótimo. Se nós pudéssemos estar sob uma jurisdição mágica em que todos no mundo confiassem, seria ótimo. Nós fazemos o melhor que pode ser feito”, completou Brin.
São Paulo – Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”, publicada neste domingo, o co-fundador do Google Sergey Brin disse que está maior do que nunca a ameaça aos princípios de abertura e acesso universal que são as bases da criação da internet. Brin alertou sobre a existência de “forças poderosas que se alinharam contra a internet aberta por todos os lados e ao redor do mundo. Estou mais preocupado hoje do que no passado. É assustador”, disse ao Guardian.
Essa ameaça, segundo Brin, viria da combinação dos governos que cada vez mais tentam controlar o acesso e a comunicação de seus cidadãos, da indústria do entretenimento que tenta debelar a pirataria, e a ascensão de empresas como Facebook e Apple, que controlam que software pode ser lançado em suas plataformas.
Visto como Pivô da saída parcial do Google da China em 2010 por conta de preocupações em relação a censura e ciberataques, Sergey Brin hoje acredita que estava errado quando, há cinco anos, não pensava que a China ou qualquer outro país poderia de fato restringir a internet por muito tempo.
Embora esteja mais preocupado com os esforços de países como China, Arábia Saudita e Irã de censurar e restringir o uso da internet, Brin disse ao jornal britânico que a ascensão do Facebook e da Apple, que possuem suas próprias plataformas e controlam o acesso de seus usuários, poderiam restringir a inovação e balcanizar a web. “Há muito a ser perdido. Por exemplo, toda a informação contida em apps – esses dados não podem ser indexados e, portanto, não aparecem nas buscas”, diz Brin.
Segundo Brin, ele e Larry Page não teriam conseguido criar o Google se a internet fosse então dominada pelo Facebook. “Você tem que jogar segundo as regras deles, que são muito restritivas. Fomos capazes de criar uma ferramenta de busca porque a web era tão aberta”, observa. Brin ainda criticou o Facebook por dificultar aos usuários a troca de dados para outros serviços. “O Facebook tem sugado os contatos do Gmail há muitos anos”, diz.
Pirataria e a indústria do entretenimento
Em relação à indústria do entretenimento, Brin chamou seu comportamento de “tiro no pé ou pior”, por conta do lobby em favor da legislação que visa a bloquear sites que oferecem material pirateado. O co-fundador do Google afirmou que a aprovação dos projetos antipirataria SOPA e PIPA teriam levado os Estados Unidos a usar a mesma abordagem tão criticada usada pela China e pelo Irã.
Segundo Brin, a indústria do entretenimento não atentou para o fato de que as pessoas continuariam baixando conteúdo pirateado enquanto isso fosse mais fácil do que usar material legítimo. “Há muitos anos que não faço isso, mas quando você vai para um site pirata, você escolhe o que quiser, baixa e funciona. Quando você precisa passar por todos aqueles obstáculos para comprar conteúdo legítimo, as barreiras funcionam como desincentivos”, explica.
Privacidade dos dados
Sergey Brin também reconheceu na entrevista que muita gente se preocupa com quanto dos seus dados está ao alcance do governo americano por ficarem armazenados nos servidores do Google. Ele disse que a empresa é periodicamente forçada a entregar essas informações e às vezes impedida, por meio de restrições legais, de notificar seus usuários de que isso será feito.
“Nós seguramos bastante e conseguimos resistir a muitos desses pedidos. Fazemos todo o possível para proteger os dados. Se nós pudéssemos ter uma varinha mágica e não ficar sujeitos à lei americana, seria ótimo. Se nós pudéssemos estar sob uma jurisdição mágica em que todos no mundo confiassem, seria ótimo. Nós fazemos o melhor que pode ser feito”, completou Brin.