Liberação de celulares em vôo abrirá mercado bilionário
Segundo estudo da Booz Allen Hamilton, parcerias entre companhias aéreas e telefônicas movimentará 2 bilhões de euros na Europa até 2010
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2013 às 17h23.
A liberação do uso de telefones celulares durante vôos comerciais, prevista para ocorrer em 2006, abrirá um mercado bilionário para as operadoras de telefonia móvel e companhias aéreas. Um estudo da consultoria Booz Allen Hamilton estima que, se as ligações forem realmente permitidas a partir do próximo ano, as taxas cobradas pelas empresas para o uso dos celulares em aviões alcançarão o montante de 2 bilhões de euros por ano na Europa, por volta de 2010 (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre como o celular mudou nossa vida).
Atualmente, passageiros de vôos comerciais são proibidos de usar esses aparelhos, devido à potencial interferência sobre os instrumentos de navegação das aeronaves. De acordo com Uwe Lambrette, diretor da Booz Allen e um dos coordenadores da pesquisa, diversas soluções estão sendo desenvolvidas para superar esse problema. Uma delas é a instalação de bases de transmissão de celulares nos próprios aviões, que emitiriam os sinais por meio de satélites, reduzindo a interferência sobre a navegação a níveis desprezíveis.
Para explorar todo o potencial desse novo negócio, Lambrette afirma que será necessária a criação de fortes parcerias entre as empresas aéreas e as de telecomunicações. "Muitas aéreas permitirão e oferecerão serviços de telefonia móvel a partir do próximo ano", afirma no estudo. Lambrette acredita que o uso pleno de aparelhos celulares durante os vôos (exceto durante a decolagem e o pouso) será a regra em 2010, quando 100 milhões de passageiros utilizarão os aviões somente na Europa.
A rapidez para iniciar a exploração desse negócio também é importante. O estudo alerta para as margens decrescentes de lucro desse serviço. Segundo Lambrette, a lucratividade só se manterá elevada até 2008, quando se encerrará a fase de introdução do serviço nas aeronaves. A partir daí, a popularização tenderá a reduzir os preços das chamadas por minuto até o nível das ligações normais de celulares, feitas em terra firme.
A Booz Allen estima que, nos primeiros anos de liberação das chamadas, o preço médio das ligações será de 1 euro por minuto. Três ou cinco anos depois, o valor deverá ter caído para 50 a 75 centavos de euro. Para aumentar o potencial de faturamento, Lambrette afirma que o uso dos celulares também não pode sofrer restrições financeiras, como a proibição de pagar as tarifas por meio de cartões de crédito ou o uso do serviço por celulares pré-pagos.