Lamborghini faz parceria com MIT para supercarro elétrico
Os carros da próxima geração Lamborghini poderiam funcionar com suas próprias baterias superpoderosas e ser capazes de se reparar sozinhos
Victor Caputo
Publicado em 8 de novembro de 2017 às 18h04.
Os carros da próxima geração Lamborghini poderiam funcionar com suas próprias baterias superpoderosas e ser capazes de se reparar sozinhos.
A Automobili Lamborghini apresentou seu conceito chamado de Terzo Millennio (“terceiro milênio”) na conferência EmTech em Cambridge, Massachusetts, nos EUA, na segunda-feira. O carro é o resultado dos primeiros 12 meses de uma parceria de três anos entre a fabricante de carros e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts ( MIT , na sigla em inglês).
Fiel à tradição da Lamborghini, o carro tem um design aerodinâmico e os famosos faróis traseiros com forma de Y da marca. O para-brisa parece ir do teto do carro quase até os dedos dos pés do motorista e a carroceria é tão baixa que até parece uma extensão da estrada.
Mas os aspectos mais notáveis do carro são invisíveis -- e não apenas porque eles ainda não existem.
A Lamborghini planeja criar supercapacitores capazes de fornecer a energia rápida e intensa necessária para alimentar um supercarro -- e fabricar modelos totalmente elétricos. As baterias de íon-lítio dos carros elétricos atuais liberam energia mais lentamente e se esgotam após várias cargas porque dependem de reações químicas.
Os supercapacitores armazenam energia fisicamente e não geram o calor dos íons-lítio, porém ainda não liberam tanta energia. Atualmente, a tecnologia é usada em veículos híbridos, mas para funções limitadas, como a reativação dos motores.
Inovação
A Lamborghini também pretende fabricar os supercapacitores com painéis de fibra de carbono que podem ser usados para fabricar a carroceria do carro -- de modo que o Terzo Millennio extrai energia de sua própria carroceria. Em outras palavras: o automóvel em si é a bateria.
Além disso, o conceito promete um carro que será capaz de monitorar continuamente a condição de sua própria estrutura, detectando desgaste e estragos. Microcanais com “curas químicas” na carroceria de fibra de carbono repararão automaticamente pequenas fissuras que, caso contrário, se expandiriam.
Para finalizar, a empresa deslocará os motores elétricos para as rodas, eliminando a necessidade de um motor grande.
“Para o nosso departamento de pesquisa e desenvolvimento, colaborar com o MIT é uma oportunidade excepcional para fazer o que a Lamborghini sempre fez muito bem -- reescrever as regras dos supercarros esportivos”, disse Stefano Domenicali, presidente e CEO da Automobili Lamborghini.
A Lamborghini foi criada na década de 1960 em Sant’Agata Bolognese, Itália, quando Ferruccio Lamborghini, fabricante de tratores que tinha se tornado um rico industrial, decidiu que queria superar a Ferrari. Hoje, a empresa faz parte do Volkswagen Group e o preço inicial de seus carros é de cerca de US$ 200.000.
Não há orientação de preços nem prazos para o Terzo Millennio -- um modelo de produção só estará disponível daqui a muitos anos, se chegar a essa etapa. Mas, na verdade, a acessibilidade não é um conceito que a Lamborghini esteja preocupada em explorar.