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Laboratório cria peças para baratear cadeira de rodas elétrica

Até dezembro o laboratório da USP deve disponibilizar para as empresas nacionais a receita de como fabricar as peças mais baratas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2011 às 19h18.

São Paulo - Engenheiros do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica (Poli) da USP - Universidade de São Paulo - estão desenvolvendo módulos de controle (placas eletrônicas) e instrumentos para cadeiras de rodas motorizadas  com tecnologia nacional e custos de produção dez vezes menor em relação aos importados.

As fábricas brasileiras produzem cadeiras de rodas simples e importam as placas eletrônicas que as controlam. Para dirigir as cadeiras, produzem joysticks - adequados apenas a pessoas com pelo menos uma mão livre. Por isso, quem perde o movimento das mãos precisa importar instrumentos para dirigir as cadeiras por intermédio de sopros ou usando os dedos, queixo ou punho. O preço do controle de sopro chega aos 1.400,00 euros, segundo os orçamentos encontrados pelo LSI. O objetivo é concluir os produtos em dezembro e disponibilizar para empresas nacionais a receita de como fabricá-los e os softwares para programá-los.

Cadeiras mais avançadas chegam a custar US$ 15 mil, mais taxas para importar dos Estados Unidos e Europa. Elas são capazes de controlar computadores e aparelhos de controle remoto, erguer a pessoa verticalmente e descer rampas com conforto. Os módulos de controle são responsáveis por boa parte do preço, chegando a custar US$ 5 mil.

Configurações simplificadas

O módulo que os pesquisadores do LSI estão desenvolvendo deverá ter as mesmas funções que os mais caros do exterior. Porém, o custo de produção deverá ser cerca de R$ 300,00 e as configurações serão mais fáceis de entender. Os engenheiros também estão desenvolvendo controles de sopro, (custo esperado de fabricação: R$ 220,00), botões para apertar com os dedos (R$ 20,00) e punhos (R$ 75,00) e touchpad (R$ 65,00 ).

O LSI já produziu e está aperfeiçoando o módulo, touchpad e botões para os punhos e dedos. Falta tornar o módulo capaz de interagir com aparelhos eletrônicos e fazer ajustes de segurança. Também é preciso terminar o desenvolvimento do software que controla a cadeira e do que a configura.

A maior dificuldade do desenvolvimento tem sido escolher componentes baratos e fáceis de encontrar em lojas no País, explica Marcelo Archanjo, líder da equipe que trabalha no projeto. Para atender essas exigências, o módulo de controle deverá ser um pouco maior do que seria se fosse produzido com os chips vendidos no exterior. Mas deverá ter a mesma qualidade.

Convênio

A pesquisa é fruto de um convênio do LSI,  com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD). O investimento da secretaria foi de R$ 700 mil.

"A Secretaria está investindo no desenvolvimento de um conjunto de produtos, abrindo caminho para que a indústria invista somente nas etapas de produção" diz Archanjo.

"O ganho não é simplesmente menor custo", diz Marco Pelegrini, Secretário Adjunto da SEDPcD. "O fato de ter um módulo nacional vai facilitar a adaptar a cadeira a cada paciente".

Normalmente, precisam de cadeiras de rodas motorizadas pessoas com distrofia muscular, tetraplegia, paraplegia, síndromes degenerativas dos músculos, paralisia cerebral e amputações.
 

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