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Indústria de eletrônicos fatura R$ 112,4 bilhões em 2007

Desempenho poderia ter sido melhor se não fosse a desvalorização média de 10,5% do dólar no ano, que afetou exportadores

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h35.

A indústria brasileira eletroeletrônica deverá encerrar o ano com crescimento de 8% nas vendas e faturamento de R$ 112,4 bilhões. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Brasileira Elétrica e Eletrônica (Abinee), o resultado poderia ter sido mais expressivo se não fosse a desvalorização aguda do dólar, que atingiu média de 10,5% no ano.

Apesar da pressão cambial, as áreas que tiveram melhor desempenho foram geração, transmissão e distribuição de energia elétrica - com crescimento de 18% a R$ 10,7 bilhões - e equipamentos industriais, com variação positiva de 16% e faturamento de R$ 15,4 bilhões.

A divisão de informática registrou crescimento de 8% a R$ 31,6 bilhões e 10,1 milhões de computadores vendidos. Desse total, 8 milhões corresponderam aos desktops - elevação de 6% sobre 2006% - e 2,1 milhões de notebooks,  que registraram alta de 211%. "O desempenho não foi tão expressivo quanto o registrado nos dois últimos anos quando o governo determinou a desoneração tributária. Mas a grande notícia fica por conta da redução do contrabando", diz Hugo Valério, diretor da área de informática da Abinee. A indústria formal respondeu por cerca de 63% da produção, comparados aos 52% de 2006.

A área de telecomunicações registrou crescimento de 5%, a R$ 17,4 bilhões e o destaque foi o aquecido mercado interno, que consumiu 45 milhões dos 66 milhões de celulares produzidos.

A única divisão que não apresentou crescimento foi a de utilidades domésticas, que compreende eletrodomésticos portáteis e de linha branca, além de ferramentas e equipamentos de áudio e vídeo. O segmento manteve suas vendas estáveis em R$ 16,5 bilhões. Segundo Benjamin Sicsú, diretor da Abinee, especialmente na linha de televisores, o Brasil vive um momento de transição, de saída da tecnologia de tubo para o LCD e plasma. "Houve um aquecimento em 2006 em virtude da Copa e, neste momento, tem se observado um compasso de espera em relação a TV digital, o que pode ter contribuído para manter as vendas estáveis", diz.

No ano, a utilização da capacidade produtiva atingiu 95%, considerando um turno de oito horas de produção, comparados aos 88% registrados em dezembro de 2006. As contratações no segmento cresceram 8,4% e o setor eletroeletrônico fecha o ano com 155 mil funcionários.

Déficit cresce

O crescimento de 20% nas importações - especialmente de semicondutores, componentes para informática e telecomunicações - fez crescer o déficit da balança comercial do setor. Foram importados US$ 23,7 bilhões no ano e exportados, US$ 9,2 bilhões, o que resultou em um saldo negativo de US$ 14,4 bilhões.

As importações da China chamaram a atenção do setor, com crescimento de 35% a US$ 6,4 bilhões. Hoje, 27% das compras externas são procedentes daquele país.

Entre as exportações, um dos segmentos mais afetados foi o de telefonia, que viu suas vendas externas recuarem 25,9%, de US$ 2,7 bilhões para US$ 2 bilhões no ano.

Segundo a Abinee, a tendência é que o déficit continue a se aprofundar nos próximos anos, caso sejam mantidos os níveis atuais de crescimento da economia e as condições de competitividade. O saldo negativo esperado para 2008 é de US$ 20,6 bilhões.

Crescimento moderado em 2008

Para 2008, a expectativa de crescimento é de 9% no faturamento da indústria, a R$ 123 bilhões, e de 9 mil contratações de funcionários - o que deverá levar o número total a 164 mil.

A previsão leva em consideração o crescimento da economia brasileira da ordem de 4% no ano que vem, assim como a perspectiva de crescimento de renda e emprego, além de um cenário com inflação controlada.

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