Tecnologia

Huawei negocia smartphone compatível com blockchain

Aparelho pode ter uma carteira criptografada de armazenamento offline

 (David Ramos/Getty Images)

(David Ramos/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 22 de março de 2018 às 16h06.

A Huawei Technologies, terceira maior fabricante de celulares do mundo, está considerando desenvolver um smartphone capaz de rodar aplicativos baseados em blockchain, segundo duas pessoas familiarizadas com os planos.

A Huawei, com sede em Shenzhen, na China, está em negociações para licenciar o sistema operacional da Sirin Labs, chamado SIRIN OS, para rodar aplicativos de blockchain junto com o sistema Android, da Alphabet, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as conversas são privadas. As negociações são preliminares e nenhum acordo foi assinado, disseram as pessoas.

Representantes da Huawei e da Sirin Labs confirmaram que as empresas se reuniram, mas não quiseram fazer comentários adicionais.

Os planos representariam a primeira incursão de uma grande fabricante de smartphones no blockchain, o livro-razão descentralizado usado para registrar transações de criptomoedas, potencialmente aproximando a tecnologia do mercado de massa. Mesmo depois da queda deste ano, o mercado de criptomoedas se tornou 15 vezes maior nos últimos 12 meses, chegando a cerca de US$ 350 bilhões, mas o uso diário de ativos digitais continua sendo limitado.

Executivos da Huawei se reuniram com a equipe da Sirin Labs nos últimos dois meses, disseram as pessoas. Uma legenda sob uma foto de 28 de fevereiro no grupo de bate-papo da Sirin Labs no Telegram diz: “Incrível reunião realizada entre a Sirin Labs e a Huawei. Entre outras coisas, foi discutida a possibilidade de cooperar em conjunto para levar a tecnologia blockchain às massas de maneira segura.”

A Sirin Labs também está trabalhando para desenvolver seu próprio smartphone baseado em blockchain. A empresa planeja vender seu telefone Finney por cerca de US$ 1.000 após o segundo semestre deste ano e tem encomendas antecipadas para mais de 25.000 unidades, segundo Nimrod May, porta-voz da Sirin Labs.

Entre suas ofertas compatíveis com criptografia, a Sirin Labs planeja que seu telefone tenha uma carteira criptografada de armazenamento offline (cold storage) integrada e um sistema para converter automaticamente dinheiro fiduciário nos tokens digitais necessários para executar diferentes aplicativos baseados em blockchain. As carteiras de armazenamento offline possibilitam que os usuários guardem ativos digitais fora da internet.

A Huawei ocupa posições de liderança em equipamentos de telecomunicações, smartphones, computação em nuvem e segurança cibernética. Agora, a companhia está intensificando a expansão para mercados internacionais, como a Europa, e acredita-se que esteja negociando com operadoras americanas a venda de seus telefones no território da Apple.

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCelularesHuaweiSmartphones

Mais de Tecnologia

Novo app permite instalar jogos retrô da Nintendo no iPhone; saiba como

Neuralink, de Elon Musk, fará teste de implante cerebral em novo voluntário

Contra Huawei, Apple corta preço de iPhone na China

TikTok passa a testar vídeos de 60 minutos e acirra disputa com YouTube

Mais na Exame