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Grêmio adotará solução de big data similar à usada pela seleção alemã

Baseada na mesma plataforma HANA usada pela ferramenta da seleção da Alemanha, solução do Grêmio focará mais no médio e no longo prazo, em vez de um torneio curto

pirataexverdao (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 15h21.

Apoiada por uma solução de big data usada para juntar dados de jogadores e melhorar a preparação, a seleção alemã conseguiu levar para casa a taça da Copa do Mundo. E ainda que o título não tenha vindo só por causa da tecnologia, o uso de ferramentas do tipo já começa a se espalhar: o clube gaúcho Grêmio, por exemplo, anunciou nesta última quinta-feira uma parceria com a mesma SAP dos alemães, para adotar ferramentas similares de coleta e análise de informações.

Baseada na mesma plataforma HANA da empresa – inclusive com uma interface que também lembra um videogame –, a solução adotada será um pouco diferente no caso do time brasileiro. “O fundamento tecnológico é o mesmo, mas o objetivo da seleção era ganhar uma Copa do Mundo”, explicou a INFO Daniel Duarte, executivo chefe da parte de inovação e experiência do cliente dos laboratórios da SAP na América Latina. “Mas quando falamos de um clube de futebol, o planejamento já foca mais no médio e no longo prazo.”

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Assim, “todas as metas e indicadores acabam por ser diferentes”, completou Duarte, afirmando que a empresa de TI desenvolverá, em parceria com o próprio Grêmio, uma ferramenta específica para o clube de acordo com as necessidades da equipe. Conforme explicou o especialista, a base de dados será alimentada com informações estruturadas e não estruturadas vindas de sensores e câmeras pelo campo, além do histórico de desempenho de todo o time. “A partir disso, a solução determina uma série de métricas para avaliação dos jogadores em diversos aspectos, como posse de bola, corrida, aceleração, velocidade média, entre outros pontos.”

Com esses dados, técnicos e preparadores físicos conseguem determinar em que pontos os atletas estão melhores ou ainda ficam devendo – e, consequentemente, adaptar os treinos. Além disso, a tecnologia pode ser benéfica para a parte de saúde, até prevenindo eventuais lesões. No exemplo dado por Duarte, baseando-se nas informações e no histórico, a aplicação avisa o treinador de que o jogador teve uma lesão da última vez que correu em determinado ritmo e demonstrou tal comportamento durante as atividades. Com isso em mãos, a comissão pode optar por mudar a rotina ou mesmo por deixar o esportista descansar, substituindo-o por uma peça de reposição similar.

Categorias de base – As melhorias que o projeto poderá trazer ainda deverão atingir diretamente o desenvolvimento de atletas no Grêmio, como contou a INFO o vice-presidente do clube, Romildo Bolzan. “Vamos colocar todo esse material à disposição dos jogadores também do juvenil, para que todos tenham a mesma ferramenta para trabalhar”, disse ele.

A ideia com isso é basicamente potencializar a capacidade de formação da equipe para formar atletas, e até, de certa forma, reverter o cenário atual. Hoje, “o clube coloca 40, 50 ou 60 jogadores na base, e nem todos saem de lá – pelo contrário, às vezes nenhum sai”, explicou. E esse processo de “racionalização de gestão” será útil não só para “criar” peças de reposição melhores para o time, mas também para aumentar os ativos que entrariam com a eventual venda de jogadores “capazes de ser titulares de times brasileiros ou pelo mundo”.

Implementação – As mudanças não deverão ocorrer tão cedo, no entanto. Bolzan afirmou que o processo todo de implantação da solução da SAP ainda vai levar entre um ano e meio e dois, sendo uma metade voltada para a instalação e a outra focada na formação de pessoal e adaptação de profissionais. Ou seja, em um cenário mais otimista, só veremos um Grêmio “movido” a big data na segunda fase do Campeonato Brasileiro de 2016. E as mudanças mesmo só deverão aparecer efetivamente algum tempo depois, visto que a medida visa resultados em médio e longo prazo.

E calma, nem de longe isso quer dizer que o time começará a dominar os campeonatos pelo Brasil. “Para mim, é 50% antes do jogo, na preparação e observação, e 50% dentro do jogo”, afirmou Duarte, da SAP. O executivo – assim como os fãs de futebol – acredita que, durante a partida, ainda é muito forte o fator humano, a visão do técnico, a torcida e outros fatores psicológicos, que fazem o inesperado acontecer. “Mas não há mais como você não preparar seu time para um jogo, para que ele seja levado a um novo patamar de desempenho”, explicou o executivo. E nisso o big data pode ajudar.

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