Tecnologia

Governo estuda dar créditos para viabilizar fibra ótica

PNBL 2.0 previa a conexão de todos os municípios com fibra ótica a um custo estimado em R$ 120 bilhões

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 09h16.

São Paulo - O ano de 2014 ainda deve guardar espaço para dois projetos considerados prioritários pelo Ministério das Comunicações. O primeiro é o sucesso do leilão de 700 MHz, que virá casado com uma política de transição da TV analógica para a TV digital, e que deve arrecadar recursos importantes para o Tesouro. O outro plano que o governo tem em pauta é o PNBL 2.0, que no ano passado, quando começou a ser desenhado, previa a conexão de todos os municípios com fibra ótica a um custo estimado em R$ 120 bilhões, considerando uma penetração elevada de FTTx. Esse plano ainda existe, mas a ginástica para conseguir realizá-lo em tempos de restrições orçamentárias é grande.

Segundo apurou este noticiário, a principal ideia em estudo é conceder às empresas créditos do Fistel em troca de investimento necessário. A cada ano, as teles (sobretudo as móveis) pagam cerca de R$ 5 bilhões em Fistel. O PNBL 2.0 teria metas até 2022, o que daria um potencial de cerca de R$ 40 bilhões em recursos públicos. Mas a matemática e a política por trás do plano são mais complexas.

Primeiro, é preciso fechar o valor presente dos investimentos para saber o que precisaria de recursos públicos e o que pode ser coberto com retorno de mercado. Essa conta não está fechada. Depois, é preciso convencer a Fazenda sobre a oportunidade e a importância do plano, já que os recursos incentivados seriam vultosos. Também é preciso mudar a lei do Fistel para permitir a concessão de créditos. E depois é preciso assegurar que esse benefício não acabe direcionando a política apenas para as operadoras dominantes, sobretudo as que têm operações móveis e fixas.

Por conta dessa complexidade, os investimentos em fibra para o PNBL 2.0 entrariam num segundo momento. Inicialmente, o PNBL 2.0 contemplaria apenas a ampliação de velocidades no Banda Larga nas Escolas e no GSAC, em troca de recursos públicos. Não estão previstos recursos oriundos do novo Plano Geral de Metas de Universalização, que deverá ser colocado às concessionárias como parte dos contratos de STFC para o período de 2015-2020.

O grande desafio atual de todas as áreas do governo, mas especificamente do Minicom, é a questão orçamentária. Até então era de ênfase das políticas era na troca de arrecadação por contrapartidas. Mas desde o começo do ano a ordem da Fazenda passou a ser a disseminação de um discurso arrecadatório.


Isso não implica que outros projetos de desoneração aprovados por lei, como o do mercado de comunicação entre máquinas (M2M) e terminais de banda larga via satélite, estejam engavetados. O Minicom ainda está confiante que a regulamentação desses itens deve sair.

Evento

Na próxima semana, no dia 19 de fevereiro, em Brasília, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo abre o Seminário Políticas de (Tele) Comunicações, organizado pela Converge, que edita este noticiário, e pelo Centro de Estudos de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília. O evento, que há mais de 10 anos traz a pauta politico-regulatória do ano, terá ainda a presença do secretário executivo do Ministério das Comunicações, Genildo Lins; do secretário de telecomunicações, Maximiliano Martinhão; além do presidente da Anatel, João Rezende; do secretário de políticas de informática do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Virgílio Almeida; e do conselheiro da Anatel, Igor Freitas. Mais informações sobre o evento pelo site http://www.convergecom.com.br/eventos.

Acompanhe tudo sobre:Ministério das ComunicaçõesTelecomunicaçõesTeletime

Mais de Tecnologia

Bluesky testa recurso de trending topics e promete implementação gradual

Computadores quânticos estão mais perto de nossa realidade do que você imagina

Proibição do TikTok nos EUA pode deixar 'buraco' no setor de compras via redes sociais

Irã suspende bloqueio ao WhatsApp após 2 anos de restrições