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Governo está confiante na votação do Marco Civil nesta terça

"Acredito que não haverá obstrução", disse Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara, na saída da reunião da base aliada

Câmara dos Deputados: depois do tema neutralidade de rede e data centers, assunto que tem gerado preocupação, principalmente da oposição, é artigo 20 (Luis Macedo / Câmara dos Deputados)
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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 17h09.

São Paulo - Após a reunião da base aliada na manhã desta terça, 25, o clima é de confiança em relação à votação do Marco Civil da Internet nesta terça.

Tanto o líder do governo na Câmara , deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), quanto a ministra das relações institucionais, Ideli Salvati, saíram da reunião confiantes no desfecho da longa tramitação do PL 2.126/2011 na Câmara.

"Acredito que não haverá obstrução", disse Chinaglia na saída da reunião. Um termômetro mais fiel do que ocorrerá no Plenário, entretanto, é a reunião da tarde, em que participam todos os líderes partidários, juntamente com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Depois do tema neutralidade de rede e data centers, o assunto que tem gerado preocupação, principalmente da oposição, é o artigo 20, que trata da retirada de conteúdo.

De acordo com o artigo 20, o provedor só será responsabilizado por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial, não retirar o conteúdo do ar.

De acordo com o relator Alessandro Molon (PT-RJ), a retirada apenas por ordem judicial visa proteger a liberdade de expressão e evitar a censura. As explicações de Molon, contudo, não deverão evitar que o PSDB apresente uma emenda para alterar o artigo 20 para que a retirada aconteça por uma notificação.

"Ouvi dizer que alguns partidos vão tentar derrubar o artigo 20, se eles fizerem isso, vão acabar com a liberdade de expressão na Internet. Se ele (artigo 20) for retirado, vai se fortalecer a prática de censura privada no Brasil", disse o deputado.

Essa questão também é uma preocupação do PMDB.


Neutralidade

Segundo Molon, o texto final do projeto ainda não está pronto, pois poderá haverá mudanças redacionais até o início da votação. Em relação ao PMDB, cujo líder, Eduardo Cunha (RJ) não participou da reunião, Molon acredita que o partido entende que o texto avançou, mas o partido ainda não teria definido a sua posição sobre a questão da neutralidade.

Vale lembrar que o partido tem uma emenda aglutinativa (reúne diversas emendas) que altera radicalmente o artigo da neutralidade. Pelo texto, seria "facultada a contratação de condições especiais de tráfego de pacotes de dados entre o responsável pela transmissão e terceiros interessados em provimento diferenciado de conteúdo, desde que não haja prejuízo ao tráfego normal de dados".

Outro ponto que incomoda alguns deputados é o fato de a neutralidade estar passível de uma regulamentação por decreto acerca das suas exceções.

O medo é de que o governo possa usar deste artifício para interferir indevidamente e "driblar" o que ficará definido pelo Congresso Nacional.

Para dirimir essa desconfiança, Molon disse que não há nenhum problema em incluir no texto a expressão de que a regulamentação será feita "para fiel execução da lei", repetindo o artigo 84 da Constituição que trata das prerrogativas exclusivas do presidente da República, entre as quais regulamentar leis.

Para tentar evitar essa desconfiança, Molon também colocou no texto que o decreto deverá ser editado depois de ouvidos a Anatel e o CGI.

Data centers

Em relação aos data centers, ficou decidido que, em vez de exigir a guarda dos dados no Brasil, ficará expresso que os dados de brasileiros se sujeitam à legislação nacional, independentemente de onde estejam armazenados.

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São Paulo - Após a reunião da base aliada na manhã desta terça, 25, o clima é de confiança em relação à votação do Marco Civil da Internet nesta terça.

Tanto o líder do governo na Câmara , deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), quanto a ministra das relações institucionais, Ideli Salvati, saíram da reunião confiantes no desfecho da longa tramitação do PL 2.126/2011 na Câmara.

"Acredito que não haverá obstrução", disse Chinaglia na saída da reunião. Um termômetro mais fiel do que ocorrerá no Plenário, entretanto, é a reunião da tarde, em que participam todos os líderes partidários, juntamente com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Depois do tema neutralidade de rede e data centers, o assunto que tem gerado preocupação, principalmente da oposição, é o artigo 20, que trata da retirada de conteúdo.

De acordo com o artigo 20, o provedor só será responsabilizado por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial, não retirar o conteúdo do ar.

De acordo com o relator Alessandro Molon (PT-RJ), a retirada apenas por ordem judicial visa proteger a liberdade de expressão e evitar a censura. As explicações de Molon, contudo, não deverão evitar que o PSDB apresente uma emenda para alterar o artigo 20 para que a retirada aconteça por uma notificação.

"Ouvi dizer que alguns partidos vão tentar derrubar o artigo 20, se eles fizerem isso, vão acabar com a liberdade de expressão na Internet. Se ele (artigo 20) for retirado, vai se fortalecer a prática de censura privada no Brasil", disse o deputado.

Essa questão também é uma preocupação do PMDB.


Neutralidade

Segundo Molon, o texto final do projeto ainda não está pronto, pois poderá haverá mudanças redacionais até o início da votação. Em relação ao PMDB, cujo líder, Eduardo Cunha (RJ) não participou da reunião, Molon acredita que o partido entende que o texto avançou, mas o partido ainda não teria definido a sua posição sobre a questão da neutralidade.

Vale lembrar que o partido tem uma emenda aglutinativa (reúne diversas emendas) que altera radicalmente o artigo da neutralidade. Pelo texto, seria "facultada a contratação de condições especiais de tráfego de pacotes de dados entre o responsável pela transmissão e terceiros interessados em provimento diferenciado de conteúdo, desde que não haja prejuízo ao tráfego normal de dados".

Outro ponto que incomoda alguns deputados é o fato de a neutralidade estar passível de uma regulamentação por decreto acerca das suas exceções.

O medo é de que o governo possa usar deste artifício para interferir indevidamente e "driblar" o que ficará definido pelo Congresso Nacional.

Para dirimir essa desconfiança, Molon disse que não há nenhum problema em incluir no texto a expressão de que a regulamentação será feita "para fiel execução da lei", repetindo o artigo 84 da Constituição que trata das prerrogativas exclusivas do presidente da República, entre as quais regulamentar leis.

Para tentar evitar essa desconfiança, Molon também colocou no texto que o decreto deverá ser editado depois de ouvidos a Anatel e o CGI.

Data centers

Em relação aos data centers, ficou decidido que, em vez de exigir a guarda dos dados no Brasil, ficará expresso que os dados de brasileiros se sujeitam à legislação nacional, independentemente de onde estejam armazenados.

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