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Google quer promover talento feminino no Vale do Silício

Iniciativa do Google quer ensinar programação a milhões de meninas e, assim, promover o necessário talento feminino no Vale do Silício


	Google: projeto começou em pleno debate sobre a falta de diversidade no Vale do Silício
 (Getty Images)

Google: projeto começou em pleno debate sobre a falta de diversidade no Vale do Silício (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 10h47.

San Francisco - O Google quer ensinar programação a milhões de meninas nos Estados Unidos com sua iniciativa Made with Code (Feito com Código) e promover assim o necessário talento feminino no Vale do Silício.

"Menos de 1% das estudantes de bacharelado têm interesse em cursar estudos de informática. Esse é o problema contra o qual lutamos", disse à Agência Efe Kate Parker, porta-voz do Made with Code, uma iniciativa que começou em meados de junho e na qual o Google injetará US$ 50 milhões durante os próximos três anos.

O projeto iniciou sua caminhada em pleno debate sobre a falta de diversidade, tanto de gênero como racial, no Vale do Silício.

No próprio Google, por exemplo, apenas 30% dos funcionários são mulheres, uma situação que se repete, ou é pior, em outras empresas como Twitter, Apple, Facebook e Microsoft.

Para resolver esse desequilíbrio, o Google quer chegar à raiz do problema: a falta de interesse das meninas na programação, que faz com que só 18% dos graduados em Informática nos EUA sejam mulheres.

Esse dado está muito abaixo dos 37% registrados na década de 1980 e favorece o domínio masculino no Vale do Silício.

A falta de interesse das meninas na informática responde, segundo o Google, ao fato de não conectarem a programação com seus interesses, não verem que outras meninas trabalhem na área e não pensarem que podem ser boas nesse campo.

"Buscamos mudar a percepção do que significa programar e nossa esperança é que uma vez que as meninas vejam todas as coisas incríveis que podem fazer com a informática se interessem pela área", disse Parker.

O Made with Code organizará eventos nos quais convidará meninas a programar juntas e descobrir que o código pode servir para fazer pulseiras e imprimi-las depois em uma impressora de três dimensões, desenhar acessórios para sobrepor sobre uma "selfie" ou compor uma canção instrumental.

Aos eventos se soma também uma forte presença virtual, que o Google considera imprescindível para ter um amplo alcance.

O site do Made with Code lembra às meninas que muitas das coisas que gostam são feitas com código e inclui aulas simples para dar os primeiros passos na programação.

A página, na qual abundam os tons de rosa, inclui também vários vídeos nos quais jovens como Miral Kotb explicam como o código e a dança se fundem na Broadway, e outras meninas bem-sucedidas contam como a informática pode servir para combater as doenças e a injustiça, criar videogames ou iluminar os filmes dos estúdios Pixar.

"A mensagem que tentamos transmitir é que a programação e a informática são criativas por natureza e são uma porta para muitas indústrias e áreas diferentes", destacou Parker.

"Queremos que as meninas entendam que a informática é o tipo de conhecimento básico que precisam adquirir para ter êxito em qualquer objetivo que queiram alcançar quando cresçam", acrescentou.

Na mesma linha, a executiva-chefe do YouTube, Susan Wojcicki, assegurou, durante o lançamento do Made with Code, que a programação é "uma nova forma de alfabetização e oferece a possibilidade de criar, inovar e, literalmente, mudar o mundo".

O Google buscará ainda o respaldo de pais e professores, que considera "crucial" para que as meninas progridam nesta área.

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos calcula que para o ano 2020 haverá mais de 1,4 milhão de trabalhos relacionados com o campo da computação, mas no ritmo atual apenas 30% dessas vagas poderão ser cobertas com universitários formados americanos.

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