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Google pode estar discriminando mulheres em anúncios

Um estudo aponta que o sistema de anúncios do Google, por vezes, toma decisões com base em dados sobre gênero e outras características pessoais dos usuários

Google Ads: a ferramenta envia mais anúncios sobre empregos com salários altos para os homens do que para as mulheres (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2015 às 12h53.

São Paulo – Pesquisadores do Carnegie Mellon University e do Instituto Internacional de Ciência da Computação (ICSI em inglês) descobriram que os algoritmos de anúncios do Google podem estar discriminando pessoas na internet .

O estudo utilizou um software personalizado, chamado de AdFisher, para simular as atividades de navegação das pessoas na web. Dessa maneira foi possível descobrir que os usuários, que se denominavam homens, recebiam mais anúncios sobre empregos com salários altos do que as usuárias.

A mesma pesquisa ainda revelou que as pessoas que visitaram sites relacionados ao abuso de substâncias receberam mais anúncios sobre programas de reabilitação.

Uma ferramenta que pode dizer se o Google está usando esse tipo de informação pessoal é o “Ad Settings” (Configurações de Anúncio em inglês). A plataforma permite que você edite os "interesses" inferidos pelo algoritmo do Google sobre você. No entanto, segundo os cientistas, a empresa nunca divulgou se está realmente rastreando esses dados.

"Parte do ecossistema de anúncios está discriminando pessoas e há uma falta de transparência por parte do Google", disse Anupam Datta, professor na Universidade Carnegie Mellon, ao MIT Technology Review.

Embora os resultados digam o contrário, os cientistas salientam que é difícil culpar o Google por essa discriminação algorítmica. Eles dizem que mais estudos precisam ser feitos, pois os sistemas da empresa são complexos e pouco conhecidos pelo público em geral.

“Na verdade, consideramos que é mais provável que o Google perdeu o controle sobre o seu enorme sistema de publicidade”, acredita Datta. Os pesquisadores relatam que o problema relacionado à discriminação entre usuários dos sexos feminino e masculino pode ser tanto culpa do Google, quanto dos anunciantes.

Independentemente de quem é a responsabilidade, se o estudo se mostrar conclusivo, o Google enferentará um problema do ponto de vista social. Afinal, a publicidade da empresa é tão onipresente no cotidiano de quem navega na internet, que as informações mostradas para as pessoas podem afetar as decisões que elas tomam.

Essa não é a primeira vez que ferramentas do Google geram polêmica. No início deste mês, a empresa precisou pedir desculpas após seu novo app de fotos ter marcado pessoas negras como gorilas.

Além disso, em abril deste ano, um estudo mostrou que apenas 11% das fotos do Google Imagens com o tema "CEO" eram de empresárias do sexo feminino. Na realidade, 27% dos CEOs norte-americanos são mulheres.

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São Paulo – Pesquisadores do Carnegie Mellon University e do Instituto Internacional de Ciência da Computação (ICSI em inglês) descobriram que os algoritmos de anúncios do Google podem estar discriminando pessoas na internet .

O estudo utilizou um software personalizado, chamado de AdFisher, para simular as atividades de navegação das pessoas na web. Dessa maneira foi possível descobrir que os usuários, que se denominavam homens, recebiam mais anúncios sobre empregos com salários altos do que as usuárias.

A mesma pesquisa ainda revelou que as pessoas que visitaram sites relacionados ao abuso de substâncias receberam mais anúncios sobre programas de reabilitação.

Uma ferramenta que pode dizer se o Google está usando esse tipo de informação pessoal é o “Ad Settings” (Configurações de Anúncio em inglês). A plataforma permite que você edite os "interesses" inferidos pelo algoritmo do Google sobre você. No entanto, segundo os cientistas, a empresa nunca divulgou se está realmente rastreando esses dados.

"Parte do ecossistema de anúncios está discriminando pessoas e há uma falta de transparência por parte do Google", disse Anupam Datta, professor na Universidade Carnegie Mellon, ao MIT Technology Review.

Embora os resultados digam o contrário, os cientistas salientam que é difícil culpar o Google por essa discriminação algorítmica. Eles dizem que mais estudos precisam ser feitos, pois os sistemas da empresa são complexos e pouco conhecidos pelo público em geral.

“Na verdade, consideramos que é mais provável que o Google perdeu o controle sobre o seu enorme sistema de publicidade”, acredita Datta. Os pesquisadores relatam que o problema relacionado à discriminação entre usuários dos sexos feminino e masculino pode ser tanto culpa do Google, quanto dos anunciantes.

Independentemente de quem é a responsabilidade, se o estudo se mostrar conclusivo, o Google enferentará um problema do ponto de vista social. Afinal, a publicidade da empresa é tão onipresente no cotidiano de quem navega na internet, que as informações mostradas para as pessoas podem afetar as decisões que elas tomam.

Essa não é a primeira vez que ferramentas do Google geram polêmica. No início deste mês, a empresa precisou pedir desculpas após seu novo app de fotos ter marcado pessoas negras como gorilas.

Além disso, em abril deste ano, um estudo mostrou que apenas 11% das fotos do Google Imagens com o tema "CEO" eram de empresárias do sexo feminino. Na realidade, 27% dos CEOs norte-americanos são mulheres.

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