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Game sobre imigrantes ilegais desperta polêmica nos EUA

O jogador que dirige devagar a caminhonete consegue manter os imigrantes ilegais no veículo e fazer com que todos entrem sãos e salvos nos Estados Unidos

Jogo recebeu críticas da entidade Coalizão Pró-Direitos Humanos do Imigrante (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 22h25.

Washington.- Um game que será lançado em março vem suscitando polêmica porque consiste em dirigir uma caminhonete repleta de imigrantes ilegais na caçamba e não perdê-los ao tentar atravessar a fronteira.

Trata-se do jogo Smuggle Truck: Operation Immigration, da empresa Owlchemy Labs, que conta com uma prévia em seu site.

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O jogador que dirige devagar a caminhonete consegue manter os imigrantes ilegais no veículo e fazer com que todos entrem sãos e salvos nos Estados Unidos, conseguindo por fim o Green Card - documento de permanência de estrangeiros no território americano.

A empresa de Boston - fundada por Alex Schwartz, um jovem americano de 23 anos, e seu sócio, Yilmaz Kiymaz, de origem turca - indica que seu objetivo não é zombar do problema migratório, mas criar consciência sobre o mesmo.

"Os problemas que nossos amigos tiveram ao tentar imigrar aos Estados Unidos foram a inspiração (do game)", assinala a empresa em seu site.

Na opinião dos criadores do Smuggle Truck, uma boa forma de mostrar os impedimentos do sistema migratório americano é criticá-lo em um jogo satírico interativo.

A empresa considera um "campo minado" o sistema para entrar legalmente nos EUA. Em um dado momento, os programadores do jogo ironizaram que, com tantas dificuldades, é quase mais fácil tentar atravessar ilegalmente a fronteira.

"Queremos trazer à tona o debate sobre formas de melhorar o problemático sistema migratório dos Estados Unidos com uma visão satírica sobre um assunto real", afirma Owlchemy Labs.

Mas esses argumentos não convencem aos grupos pró-imigrantes. "Achamos que o problema da imigração ilegal não é um jogo e as mortes na fronteira também não o são", disse à Agência Efe Jorge-Mario Cabrera, diretor de comunicação da entidade Coalizão Pró-Direitos Humanos do Imigrante (Chirla).

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