Tecnologia

Facebook monitora tudo que você digita na rede social

Em vez de apagar o registro de uma publicação não divulgada, a empresa captura essas informações e as envia para o seu banco de dados

Facebook: rede quer saber tudo que vem na cabeça dos internautas porque está "encorajando os usuários a baixar os padrões das coisas que eles compartilham com amigos na rede social" (Getty Images)

Facebook: rede quer saber tudo que vem na cabeça dos internautas porque está "encorajando os usuários a baixar os padrões das coisas que eles compartilham com amigos na rede social" (Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 13h08.

São Paulo -- O Facebook monitora tudo que você digita na rede social, mesmo que a mensagem não seja publicada. É o que indica uma pesquisa divulgada pela Universidade de Maryland no site Slate. A empresa recebe metadados sobre esse histórico, de acordo com o Jennifer Golbeck, diretora do laboratório de interação humano-máquina da universidade. No entanto, esses dados pessoais não são armazenados, segundo a rede social.

Realizado pelo cientista de dados do Facebook Adam Kramer e pelo estudante PhD na Sauvik Das, o estudo indica que a rede social analisa esses dados porque ele "perde valor pela falta de produção de conteúdo" cada vez que uma publicação deixa de ser publicada.

Jennifer diz que o Facebook quer saber tudo que vem na cabeça dos internautas porque a empresa está "encorajando os usuários a baixar os padrões das coisas que eles compartilham com amigos na rede social". Essencialmente, a empresa quer que os internautas compartilhem de tudo. Imagine uma pessoa que quer promover uma festa e não tem medo de fazer spam para os amigos no site, alguns dos quais podem acabar gostando da ideia, segundo os autores da pesquisa.

"A rede social considera a sua discrição como algo negativo, porque ela não agrega valor ao site nem aos seus amigos", afirma Jennifer."O Facebook monitora esses pensamentos não publicados para melhor entendê-los, com o objetivo de construir um sistema que minimize esse comportamento deliberado." No entanto, ela não detalha como seria esse sistema.

O estudo recente investiga as razões pelas quais o Facebook quer ter um registro da auto-censura dos internautas. A pesquisa, que foi feita com 5 milhões de usuários do Facebook que falam inglês, analisou atualizações de status, envio de mensagens no mural, comentários, entre outros recados abortados. Em 17 dias de análise, foram detectadas censuras de ao menos uma publicação em 70% dos participantes, sendo que 51% eram atualizações de status e 44% comentários.

Atualização: Diferentemente do que informado numa versão prévia desta reportagem, o Facebook informa que não armazena os dados sobre o que os internautas não publicaram na rede social. Segue abaixo o posicionamento oficial da empresa, na íntegra:

"Privacidade e transparência são muito importantes para o Facebook e deixamos claro em nossa “Política de Uso de Dados” (https://www.facebook.com/policies/) quais informações temos acesso e como as utilizamos. O Facebook não coleta informações sobre o conteúdo que foi escrito e depois apagado antes de ser publicado."

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaFacebookInternetRedes sociais

Mais de Tecnologia

Influencers mirins: crianças vendem cursos em ambiente de pouca vigilância nas redes sociais

10 frases de Steve Jobs para inspirar sua carreira e negócios

Adeus, iPhone de botão? WhatsApp vai parar de funcionar em alguns smartphones; veja lista

Galaxy S23 FE: quanto vale a pena na Black Friday?